Juscelino Filho diz que 'denúncia não implica em culpa' e que seu papel foi de indicar emendas
PGR denuncia ministro Juscelino Filho por suspeita de desvios em emendas quando deputado
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, se defendeu da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele em um caso relacionado ao seu período como deputado federal. Em nota, ele afirmou ser inocente e que o "oferecimento de uma denúncia não implica em culpa, nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país".
O auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também reclama do fato de a denúncia ter sido noticiada pela imprensa antes mesmo de ele ser notificado. "Temos um indício perigoso de estarmos voltando à época punitivista do Brasil, quando o MP conversava primeiro com a imprensa antes de falar nos autos", diz a nota (leia a íntegra abaixo).
É a primeira denúncia apresentada pela PGR contra um integrante do primeiro escalão do governo neste mandato. O relator do caso no STF é o ministro Flávio Dino, que foi colega de Juscelino na Esplanada quando ocupou a pasta da Justiça. A denúncia está sob sigilo.
Leia também
• Lula já foi avisado de denúncia da PGR contra Juscelino e vai decidir se mantém ministro
• PGR denuncia ministro Juscelino Filho por suspeita de desvios em emendas quando era deputado
O inquérito trata de suspeitas de desvio de emendas parlamentares para pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A cidade era comandada por sua irmã, Luanna Rezende, que chegou a ser afastada do cargo no curso das apurações, mas retomou o mandato após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). É a primeira vez que um integrante do primeiro escalão do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é indiciado. Em nota quando foi indiciado, o ministro negou irregularidades e apontou "ação política" da corporação.
Leia a nota abaixo:
A defesa de Juscelino Filho esclarece que até o momento não foi notificada sobre a denúncia do Ministério Público. Tal andamento sequer consta na consulta processual. Aliás, em se confirmando, temos um indício perigoso de estarmos voltando à época punitivista do Brasil, quando o MP conversava primeiro com a imprensa antes de falar nos autos.
De toda forma, o ministro reafirma sua total inocência e destaca que o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa, nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país. O julgamento cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF), em quem Juscelino Filho confia que rejeitará a peça acusatória diante da sua manifesta ausência de provas.
Aliás, essa é a melhor oportunidade para se colocar um fim definitivo a essa maratona de factoides que vem se arrastando por quase 3 anos, com a palavra final da instância máxima do Poder Judiciário nacional.
Além disso, o ministro ressalta que o caso não possui qualquer relação com sua atuação à frente do Ministério das Comunicações, cuja gestão - assim como em todos os cargos públicos que atuou - é pautada pela transparência, eficiência e compromisso com o interesse público.
Como deputado federal, no mandato anterior, Juscelino Filho limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população. Os processos de licitação, execução e fiscalização dessas obras são de competência exclusiva do Poder Executivo, não sendo responsabilidade do parlamentar que indicou os recursos.
O ministro reitera sua confiança na Justiça e na imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, acreditando que a verdade prevalecerá e que sua inocência será devidamente comprovada.

