Sáb, 06 de Dezembro

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Lula diz que Brics vai fazer videoconferência para discutir alternativas frente a tarifaço de Trump

Governo anunciou pacote de medidas de contingência às tarifas impostas pelos Estados Unidos

O Presidente Lula O Presidente Lula  - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira que o Brics vai realizar uma videoconferência para discutir alternativas de comércio e melhorar a relação com outros países, frente ao tarifaço imposto pelo Estados Unidos a produtos brasileiros.

— Estamos tentando aproximar a relação, procurando novos parceiros, já falei com a Índia China, Rússia, vou falar com África do Sul, França, Alemanha. Vou falar com todo mundo, para eles se darem conta do que estáe junto ao Brics vamos fazer uma teleconferência, que está sendo articulada, para a gente discutir, dentro do Brics, o que a gente pode fazer, para melhorar a nossa situação, entre todos os países que foram afetados — disse o presidente nesta quarta.

A declaração aconteceu durante evento de anúncio das medidas do plano de contingência ao tarifaço do presidente Donald Trump.

As medidas foram anunciadas em evento no Palácio do Planalto, com a presença de Lula, ministros e empresários. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AL), também participam.

Segundo Lula, por meio do diálogo, o Brasil vai buscar reestabelecer o multilateralismo no comércio internacional.

— É assim que vamos tentar procurar as nossa alternativas para que os Estados Unidos aprendam, que democracia, respeito comercial e multilateralismo vale para nós e deve valer para eles.

O pacote estabelece uma série de instrumentos para auxiliar os exportadores afetados, de linhas de crédito subsidiado a compras governamentais, que poderão ser utilizados conforme as diretrizes da medida provisória (MP) enviada ao Congresso Nacional.

A sobretaxa de 50% está em vigor desde 6 de agosto e atinge cerca de 55% da pauta exportadora brasileira para o país liderado por Donald Trump, como os setores de café, carnes, têxteis, açúcar e pescados. Ficaram de fora os embarques de suco de laranja, da indústria de aviões e de petróleo, por exemplo.

A principal medida de socorro é uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões para empresas que comprovarem perdas com a taxação americana, sobretudo pequenos e médios negócios. Os juros serão subsidiados.

Em troca, os beneficiados terão de se comprometer a preservar empregos, mas haverá exceções para as empresas mais prejudicadas, com a exigência de outras contrapartidas. A estimativa do governo é que cerca de 10 mil empregos serão afetados pelo tarifaço.

Como adiantou o ministro da Fazenda, a MP ainda inclui mudanças estruturais no Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para aprimorar os instrumentos de acesso ao comércio exterior pelas empresas brasileiras, sobretudo as pequenas e médias. Segundo Haddad, a mudança tende a auxiliar os setores que precisarão buscar alternativas ao mercado americano.

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