Qua, 17 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
PLANO NACIONAL

Lula diz que Plano Nacional de Cultura serve para nenhum presidente proibir cultura

O presidente disse ser uma "metamorfose ambulante" do ponto de vista ideológico e defendeu uma maior fiscalização do uso de recursos públicos direcionados à cultura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia de envio do texto do novo Plano Nacional de Cultura (PNC) ao Congresso Nacional.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia de envio do texto do novo Plano Nacional de Cultura (PNC) ao Congresso Nacional. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira, 17, que a definição de um Plano Nacional de Cultura é a realização de um "sonho" de sua vida e que serve para que "nenhum outro presidente, de qualquer partido ou matriz ideológica que seja, possa um dia outra vez achar que pode proibir a cultura nesse país". Lula também disse ser uma "metamorfose ambulante" do ponto de vista ideológico e defendeu uma maior fiscalização do uso de recursos públicos direcionados à cultura.

"Nunca tivemos tanto dinheiro. Quando a Margareth (Menezes, ministra da Cultura) decidiu distribuir aos municípios, disse que não é só distribuir, é preciso fiscalizar, para saber se está fazendo as coisas que precisam ser feitas. Se passa e não fiscaliza, não sabe se o dinheiro está cumprindo a finalidade dele", comentou Lula.

O presidente participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira para assinar o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Cultura.

A proposta será encaminhada ao Congresso e substitui o antigo plano, cuja vigência se encerrou em dezembro de 2024. A iniciativa tem como principal objetivo orientar a formulação e execução de políticas culturais no Brasil

"Essa é a realização de um sonho que tenho há muito tempo, de transformar a cultura em um movimento efetivamente de base, uma coisa popular, para que, em vez de termos as coisas encalacradas e fechadas, tenhamos uma guerrilha democrática cultural nesse país, onde pessoas têm liberdade de fazer e provocar", disse o petista.

O presidente defendeu, em diversas oportunidades, que seja realizada uma "revolução cultural" no País. Disse que todo ser humano tem um "potencial extraordinário" e que "é importante que o Estado, em vez de determinar o tipo de cultura, crie as condições para pessoas possam colocar para fora o potencial que têm".

"Quando as pessoas perguntam o que eu sou ideologicamente ou politicamente, digo que sou uma metamorfose ambulante. Eu não sei das coisas, eu quero saber. Pelo fato de não saber de tudo, é muito fácil aceitar o que os outros sabem e eu não sei. A arte de governar o País é aceitar que a sociedade diga o que é bom fazer", declarou Lula.

O presidente da República disse que os líderes do governo "terão trabalho em transformar definitivamente a política cultura do nosso país, para que nenhum presidente da República, de qualquer partido ou matriz ideológica que seja, possa um dia outra vez achar que pode proibir a cultura nesse país".

Lula criticou o governo de Jair Bolsonaro, apesar de não mencionar o nome do ex-presidente em nenhum momento, por acabar com o Ministério da Cultura e outras pastas. Disse que pastas como a da Cultura, a das Mulheres e a da Igualdade Racial servem para "criar um compromisso de vocês (apoiadores) com o ministério".

O presidente citou o caso da COP30 em Belém e o intercâmbio cultural entre pessoas de todo o mundo na capital do Pará. Disse que está acontecendo uma "revolução cultural" na cidade.
 

Veja também

Newsletter