Lupi orienta voto do PDT contra PEC da Blindagem após bancada do partido na Câmara apoiar medida
Posição de deputados diverge de senadores pedetistas
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse, em nota publicada nas suas redes sociais, que o partido é contrário à PEC da Blindagem. Na semana passada, no entanto, a maioria da bancada da legenda na Câmara foi favorável à medida, aprovada com um placar de 353 votos a favor e 134 contra em primeiro turno.
A proposição, no entanto, deverá enfrentar resistências no Senado, onde dois terços dos parlamentares tendem a contestar o texto, segundo uma enquete feita pelo Globo.
No comunicado, Lupi afirmou que o PDT "encaminha voto contrário" à PEC e justificou sua posição, na legenda do post, ao dizer que a proposta "não protege prerrogativas legítimas". "Voto secreto para a investigação de parlamentares e ampliação do foro privilegiado são privilégios inaceitáveis que favorecem a impunidade". O presidente também orientou voto contrário à proposta de anistia, acrescentando que "perdoar ataques à democracia é normalizar tentativas de golpe".
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A posição foi seguida na última quinta-feira durante a votação da urgência do projeto na Casa, quando integrantes da bancada rejeitaram, de maneira unânime, o texto que poderá prever a redução das penas dos envolvidos no 8/1, de acordo com o que tem sinalizado o relator, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
O mesmo não aconteceu, no entanto, durante a deliberação sobre a PEC da Blindagem: no primeiro turno, do total de 16 deputados pedetistas, 10 votaram pela aprovação, cinco foram contra e foi registrada uma ausência. Já no segundo turno, foram nove votos favoráveis, três contrários e quatro ausências. Em um grupo de WhatsApp entre integrantes da bancada, cujas mensagens foram divulgadas pelo portal de notícias Metrópoles, também circularam orientações para que os deputados apoiassem a proposição.
Já no Senado, para onde o texto foi encaminhado em seguida, os três senadores que representam o partido, tendem a se manifestar contra a medida, assim como a maioria dos parlamentares, como mostrou a enquete feita pelo GLOBO.
O cenário, no entanto, não foi a primeira divergência entre as duas bancadas da legenda no Congresso envolvendo Lupi. Em maio, ele deixou o comando do ministério da Previdência, em meio à crise provocada pelas fraudes do INSS, e, em resposta, a liderança do partido na Câmara, exercida pelo deputado Mário Heringer, anunciou o desembarque do grupo da base do governo. No Senado, no entanto, parlamentares optaram por manter a aliança firmada junto à gestão Lula.

