Sáb, 06 de Dezembro

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Justiça

Ministro da CGU diz que não avisou governo sobre fraudes para manter investigações sob sigilo

Marques foi questionado pelo relator da CPI por não ter avisado outros órgãos do governo sobre o esquema que já estava sendo investigado

Ministro da Controladoria-Geral a União (CGU), Vinícius Marques, disse que "obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação para ninguém"Ministro da Controladoria-Geral a União (CGU), Vinícius Marques, disse que "obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação para ninguém" - Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

O ministro da Controladoria-Geral a União (CGU), Vinícius Marques, afirmou nesta quinta-feira em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS que manteve sob sigilo as investigações internas sobre os desvios de aposentadoria porque este é o procedimento.

Ele foi questionado durante sessão pelo relator da comissão, Alfredo Gaspar (União-AL), por não ter avisado outros órgãos do governo, como o Ministério da Previdência Social, a Casa Civil ou mesmo o presidente da República.

— O procedimento para a realização de auditorias que se transformam em inquérito policial é o sigilo. A minha responsabilidade funcional era garantir, inclusive, que essa investigação acontecesse da maneira mais eficiente possível. Então, era a minha obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação para ninguém. Eu mesmo tinha acesso a quase nada do que era investigado, exatamente por conta disso — afirmou Marques.

O relator fez o questionamento ao trazer uma queixa do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que em entrevista ao Globo, em maio deste ano, afirmou que a CGU falhou ao não fazer os alertas devidos “a nível de ministro” assim que as primeiras apurações apareceram.

— ‎O papel da Polícia Federal é apurar o crime. O da Controladoria é impedir o crime. São naturezas diferentes. A Controladoria-Geral tem o papel de evitar o problema, apontar falhas de procedimentos — afirmou na ocasião.

Na época, Marques respondeu às críticas e disse que o órgão trabalha em parceria com a Polícia Federal com frequência, e que a agenda de repressão não é contraditória com a agenda de prevenção.

Nesta quinta-feira, o ministro pontuou ainda que a CGU é um ministério do governo.

— Ela estava fazendo uma investigação, ela estava fazendo uma auditoria, ela fez descobertas nessa auditoria. Nesse contexto, CGU, como Ministério do Governo Federal, sabia — frisou.

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