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CÂMARA

Projeto que amplia número de deputados é ''imoral e inoportuno'', protesta MCCE

O STF determinou a redistribuição das vagas na Câmara de acordo com as populações atualizadas dos Estados

Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão do Congresso Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão do Congresso  - Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) se manifestou nesta terça-feira, 24, contra o projeto de lei que propõe o aumento do número de deputados federais de 513 para 531.

A proposta, que deve ser votada no Senado ainda nesta semana, foi considerada pela entidade "um retrocesso institucional e um verdadeiro desrespeito com a sociedade civil e com o bem público".

Em nota, o movimento afirma que "a proposta é casuística, inoportuna e imoral, especialmente diante do cenário com tantas desigualdades sociais, de desafios econômicos, com a crise de representatividade que o País enfrenta, e da insatisfação da população com a atuação do Congresso Nacional".

O movimento justifica ainda que aumentar o número de parlamentares acarreta em mais gastos com estrutura, salários, benefícios, emendas parlamentares, entre outros gastos, principalmente "em um momento em que milhões de brasileiros enfrentam desigualdades e falta de acesso a serviços públicos básicos", conforme a nota.

De acordo com a Câmara, a proposta deve ter impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões. Em maio deste ano, após a aprovação do projeto na Câmara, o Estadão divulgou um levantamento mostrando que o projeto abre margem para criação de 30 novas vagas de deputados estaduais, que podem custar mais de R$ 76 milhões por ano para os Estados.

Segundo o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), o Orçamento da Câmara dos Deputados já leva em conta as despesas que serão instituídas com os novos parlamentares. "Caso o Senado se debruce sobre o projeto e amplie o número de vagas, não haverá aumento de despesa em lugar algum", afirmou.

O projeto deve ser votado no Senado em sessão semipresencial nesta quarta-feira, 25, às 14h. O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Congresso estabeleça a nova distribuição de cadeiras termina em menos de uma semana, em 30 de junho.

O STF determinou a redistribuição das vagas na Câmara de acordo com as populações atualizadas dos Estados, com base no Censo de 2022. O número de deputados não era alterado desde 1993.

Em uma manobra para evitar a perda de cadeira em certos Estados, os deputados aumentaram o número de membros da Casa onde houve acréscimo da população, segundo o IBGE. Entretanto, os Estados que tiveram diminuição da população, conforme o Censo, não perderam vagas.

Confira os Estados que terão alteração:

- Amazonas, de 8 para 10

- Ceará, de 22 para 23

- Goiás, de 17 para 18

- Minas Gerais, de 53 para 54

- Mato Grosso, de 8 para 10

- Pará, de 17 para 21

- Paraná, de 30 para 31

- Rio Grande do Norte, de 8 para 10

- Santa Catarina, de 16 para 20

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral pede que os senadores rejeitem a proposta e "priorizarem pautas que promovam justiça social, combate à corrupção, responsabilidade fiscal e o respeito à vontade popular".

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