Quadro de soluços e rouquidão na voz: veja motivos de Bolsonaro não acompanhar o julgamento no STF
Ex-presidente decidiu não ir à Corte neste início de julgamento
A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de não comparecer presencialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira foi tomada com base em recomendações médicas. Segundo aliados, Bolsonaro tem enfrentado uma piora em um quadro de soluços intermitentes que se arrasta desde a facada sofrida em 2018, e que agora se agravou a ponto de provocar irritação no esôfago, vômitos frequentes e rouquidão.
De acordo com relatos de pessoas próximas, o ex-presidente tem “soluçado muito” e os episódios, em alguns momentos, acabam se transformando em crises de náusea e vômito, afetando diretamente a garganta. “Ele disse que isso machucou a voz, que não está boa” — afirmou um interlocutor. A fragilidade física foi considerada por médicos que o acompanham um fator de risco para enfrentar a longa sessão no plenário do STF.
Além do desconforto, auxiliares de Bolsonaro ponderaram que sua presença no tribunal poderia gerar desgaste político, uma vez que a imagem de fragilidade poderia se sobrepor à estratégia de apresentar o ex-presidente como vítima de perseguição. Por isso, a decisão foi a de que ele acompanhasse a sessão em casa, em Brasília, cercado pela família.
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O problema de saúde não é inédito. Desde a facada em Juiz de Fora, há sete anos, Bolsonaro enfrenta complicações digestivas recorrentes, que já resultaram em internações e cirurgias. Nos últimos meses, porém, o quadro de soluços voltou a se intensificar, obrigando-o a reduzir a agenda pública e até a evitar longas conversas. A voz mais rouca tem sido comentada por quem o visitou na prisão domiciliar.
Nesta terça, Bolsonaro assiste à sessão em sua casa, no condomínio em Brasília, acompanhado de seus três filhos — apenas Eduardo, que está nos Estados Unidos, e Flávio, que está no Congresso, não devem comparecer. A expectativa é de que, a partir da residência, ele se mantenha informado em tempo real sobre cada voto dos ministros.
Enquanto isso, no Supremo, a defesa do ex-presidente deve reforçar a linha de que não houve tentativa de golpe.

