Paraguai mandou foto de Silvinei Vasques a policiais brasileiros; veja imagem
Contato das autoridades estrangeiras com as brasileiras se deu por volta de 1h da manhã na madrugada de quinta para esta sexta (26)
A polícia do Paraguai identificou Silvinei Vasques após mandar uma foto dele para policiais brasileiros. O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do governo de Jair Bolsonaro foi preso no Aeroporto Internacional de Assunção, no Paraguai, em uma tentativa de fuga, após romper a tornozeleira eletrônica.
O contato das autoridades paraguaias com as brasileiras se deu por volta de 1h da manhã na madrugada de quinta para sexta-feira. Fontes da polícia brasileira afirmam que os agentes do país vizinho notaram o passaporte falso de Silvinei, mas que não identificaram imediatamente que se tratava do ex-diretor-geral da PRF. Por isso, a foto foi feita ainda no Paraguai e enviada para investigadores do governo brasileiro.
Silvinei tentava embarcar em um avião que iria a El Salvador, na América Central. Ele foi detido com um passaporte original que não condizia com as suas informações.
Imagem de Vasques foi confirmada pela polícia brasileira | Crédito: Direção Nacional de Migração do Paraguai/Divulgação
Há dez dias, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão pela participação na trama golpista.
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Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, ele integrava o chamado "núcleo dois" do plano golpista, acusado de usar a máquina pública para interferir nas eleições de 2022 e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
De acordo com o portal g1, Silvinei foi colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai depois de ter sido identificado. Ele deve passar por audiência de custódia ainda na tarde desta sexta-feira e, na sequência, ser entregue às autoridades brasileiras.
Quem é Silvinei Vasques
Vasques já havia sido preso antes, em agosto de 2023. A operação em questão tratava da atuação dele em ordenar bloqueios da PRF em rodovias no segundo turno das eleições de 2022.
Conforme as investigações, a medida visava dificultar o trânsito de eleitores na Região Nordeste, onde o presidente Lula obteve votação expressiva. Na ocasião, Vasques teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal.
Um ano depois, em agosto de 2024, ele foi solto por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, o cancelamento de seus passaportes e o veto a se manifestar em redes sociais.
Vasques comandou a PRF entre abril de 2021 e dezembro de 2022 durante a gestão de Bolsonaro, de quem era considerado apoiador declarado.
Como chefe da instituição, ele chegou a pedir votos ao ex-presidente em suas redes sociais e depois apagou a postagem.
Declaradamente apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques foi alçado ao comando da PRF em abril de 2021, cerca de um mês depois da chegada de Anderson Torres ao Ministério da Justiça, pasta à qual a Polícia Rodoviária Federal é vinculada.
Reservadamente, integrantes da PRF afirmam que Vasques tem proximidade com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos principais entusiastas de sua nomeação no posto. Inspetor dos quadros da corporação desde 1995, ele era superintendente no Rio de Janeiro antes de ocupar o cargo máximo da PRF.
No início de 2025, ele foi nomeado para chefiar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação da prefeitura de São José, na Região Metropolitana de Florianópolis - cargo que ele ocupou até 16 de dezembro.
O policial de carreira foi exonerado do posto, "a pedido", segundo o Diário Oficial do município, no mesmo dia em que foi condenado no processo da trama golpista.

