Sóstenes diz que R$ 430 mil em dinheiro vivo achados pela PF são fruto da venda de um imóvel
'É lícito', disse o líder do PL na Câmara
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que os R$ 430 mil em dinheiro vivo encontrados pela Polícia Federal em operação nesta manhã são oriundos da venda um imóvel.
—O valor encontrado é oriundo de contrato limpo, venda de um imóvel. Quem quer viver de dinheiro de currupção não mantém dinheiro lacrado — disse Sóstenes.
O valor foi encontrado dentro de um saco de lixo no armário do flat alugado pelo parlamentar em Brasília.
O deputado mora em um complexo de hoteis e escritórios ao lado da sede do PL e ao posto da Torre, que ficou conhecido por dar nome à Operação Lava Jato.
Além de Sóstenes, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também é alvo de mandados de busca e apreensão. Ao todo, a PF cumpre sete ordens judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e no estado do Rio de Janeiro.
Segundo a investigação, “agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para o desvio e posterior ocultação de verba pública”. A apuração aponta que os recursos desviados eram repassados a empresas de fachada e, posteriormente, submetidos a mecanismos de lavagem de dinheiro. Assessores dos dois parlamentares teriam movimentado milhões de reais.
A investigação apura os possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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Nas redes sociais, Jordy afirmou que é alvo de uma "perseguição implacável" e de "pesca probatória". Ao Globo, ele acrescentou que "não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada, mas sim contratar o serviço mais eficiente e pelo menor custo, como sempre fiz". Sóstenes foi procurado, mas ainda não se manifestou.
Em dezembro do ano passado, a PF já havia realizado uma operação de busca e apreensão em endereços ligados a assessores dos deputados. A ação investigava o desvio de cota parlamentar por meio de contratos falsos com locadoras de veículos. A operação foi batizada de “Rent a Car”, em referência ao suposto esquema, no qual uma empresa de locação era utilizada para simular a prestação de serviços.
De acordo com os investigadores, agentes públicos e empresários teriam firmado um “acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares” a partir desses contratos.
Levantamento feito pelo GLOBO em dezembro do ano passado mostrou que os gastos de Sóstenes com aluguel de carro representavam quase o dobro da média dos valores declarados por outros parlamentares.
Ao longo do ano passado, os gastos do parlamentar ultrapassaram R$ 137,9 mil, enquanto a média das despesas de outros deputados com essa categoria foi aproximadamente R$ 76,8 mil.
Já as despesas de Carlos Jordy com o aluguel de carros foram de R$ 65, 4 mil, estando abaixo da média geral e da sigla.

