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Tarcísio mantém discurso de reeleição e afirma que vai consultar família de Bolsonaro para visita

Governador de São Paulo disse ao Globo que deve fazer pedido para ver ex-presidente na carceragem da PF nos próximos dias: "dar um tempo para a família respirar"

Tarcísio de Freitas reafirmou que será candidato à reeleição do Governo de São PauloTarcísio de Freitas reafirmou que será candidato à reeleição do Governo de São Paulo - Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP

A prisão de Jair Bolsonaro (PL) em regime fechado, no sábado (25), aumenta a pressão para definição de um candidato presidencial da direita em 2026, mas o cenário segue aberto e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal postulante na disputa, mantém o discurso de que será candidato à reeleição em São Paulo.

Ao Globo, na manhã desta terça-feira (25), Tarcísio reafirmou que vai tentar a reeleição, disse que no fim de 2026 será governador “se o eleitor de São Paulo assim decidir” e que a prisão “não muda nada” em sua decisão eleitoral.

O governador afirmou ainda que deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para visitar Bolsonaro nos próximos dias, mas que primeiro deve conversar com os filhos e a esposa do ex-presidente, Michelle Bolsonaro (PL), para definir a melhor data. O governador disse que está esperando “dar um tempo para a família respirar” e em breve fará o pedido.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, já havia autorizado uma visita de Tarcísio ao ex-presidente para o dia 10 de dezembro, mas o pedido havia sido feito enquanto Bolsonaro estava em prisão domiciliar. Agora, com a prisão preventiva na carceragem da Polícia Federal em Brasília, Tarcísio fará uma nova solicitação de visita.

Conforme o Globo apurou com aliados, o governador deve seguir com a mesma postura de “jogar parado” que vem adotando há meses: ele não se coloca como candidato nem pressiona o ex-presidente para indicá-lo ao posto, diferentemente de outros governadores da direita que têm cogitado essa candidatura mais abertamente, como é o caso de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Junior (PSD), do Paraná.

Jogo indefinido em SP
A indefinição eleitoral sobre 2026 tem adiado algumas decisões em São Paulo. A maior é sobre quem, numa eventual candidatura de Tarcísio ao Planalto, irá disputar o governo estadual. No momento, o nome do vice-governador Felício Ramuth (PSD) é o mais cotado, porque teria a vantagem de concorrer "com a máquina na mão" — ele assumiria o governo em abril, data máxima para que Tarcísio deixe o cargo se quiser disputar o pleito nacional.

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), também está no páreo, mas isso exigiria que ele saísse do cargo apenas 15 meses após começar o segundo mandato e deixasse o comando da maior cidade do país nas mãos do vice-prefeito, Mello Araújo (PL), alçado ao cargo por indicação de Bolsonaro. Essa troca tem sido vista como um empecilho, uma vez que Mello não tem boa relação com secretários e deputados estaduais.

Há ainda em aberto a eleição ao Senado. Hoje, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL-SP), é o nome de maior consenso para disputar uma das cadeiras pelo campo conservador, mas ainda não se sabe quem teria a outra — em 2026, cada estado vai eleger dois senadores.

Também há indefinições sobre quais partidos vão se aliar à esquerda ou à direita no plano federal ou estadual. O MDB, por exemplo, apoia Tarcísio em São Paulo, mas faz parte do governo Lula (PT) e ainda não decidiu como vai atuar na disputa ao Planalto.

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