Dor crônica atinge 30% da população mundial e exige atenção médica especializada
Condição afeta milhões de pessoas e pode comprometer a qualidade de vida; especialistas alertam para os riscos da automedicação e a importância de um diagnóstico preciso
A dor crônica é um dos principais motivos que levam os pacientes a procurarem os serviços de emergência em hospitais. Presente em diferentes intensidades e regiões do corpo, o sintoma, quando persistente, pode indicar condições crônicas e graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial convive com algum tipo de dor crônica.
Nesta quinta-feira (9), o tema foi destaque no quadro Canal Saúde, do programa Conexão Notícias, na Rádio Folha FM 96,7. O âncora Jota Batista conversou com o ortopedista e especialista em tratamento da dor crônica, Dr. Oyama Arruda, sobre os sinais de alerta e a importância de procurar ajuda médica.
A entrevista também está disponível no canal da Folha de Pernambuco no YouTube e nas plataformas de áudio.
Assista à entrevista completa abaixo:
Durante a conversa, Dr. Oyama Arruda explicou que a dor crônica, por mais comum que seja, nunca deve ser ignorada, principalmente quando se torna frequente ou se associa a outros sintomas. Ele destacou:
"A dor crônica é aquela que já tem mais de três meses de evolução ou então se o estímulo inicial que causou aquela dor, ele já não existe mais, mas a dor persiste."
Dr. Oyama Arruda, Ortopedista
Ele ressaltou que a dor crônica tem uma função essencial no corpo humano, mas que pode se tornar um problema por si só quando perde essa função de alerta:
"A dor é um sistema de proteção do organismo. Agora, chega a esse ponto da dor crônica, que não é mais a proteção, ele já é uma doença em si."
O ortopedista alertou ainda que muitos pacientes tentam se automedicar, o que pode atrasar o diagnóstico e piorar o quadro clínico. Além disso, enfatizou a importância de tratar adequadamente os primeiros sinais de dor:
"O padrão ouro seria você tratar bem a dor aguda, porque depois que a dor ela fica crônica, o tratamento é mais difícil."
Outro ponto importante destacado por Dr. Oyama foi a diversidade das causas da dor crônica, que podem incluir desde lesões ortopédicas, hérnias de disco e doenças reumáticas, até fatores emocionais e neurológicos. Entre essas condições, ele explicou que:
"A fibromialgia é uma síndrome, ela não inclui só a dor, ela tem outros vários sintomas que são importantes para você ter um diagnóstico, que são principalmente a fadiga crônica."
Segundo o especialista, o tratamento da dor crônica deve ser individualizado e pode envolver uma combinação de terapias, como fisioterapia, reeducação postural, medicação, bloqueios anestésicos e neuromodulação. Ele reforçou ainda que viver com dor não deve ser considerado normal.
A entrevista reforça a importância da informação, diagnóstico precoce e tratamento adequado como caminhos para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com dor crônica. Mais do que um simples incômodo, a dor persistente pode indicar algo mais sério e precisa de atenção.
Com o crescimento de casos de dor crônica na população, a orientação médica e o acesso a profissionais especializados tornam-se ainda mais essenciais. Viver com dor não é normal e a busca por ajuda pode representar o início de uma vida com mais bem-estar e qualidade.

