Sex, 19 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Sabores

Nossos hábitos melhoraram?

Pesquisa revela que o brasileiro melhorou a alimentação, no entanto, o número de obesos continua grande

Aumentou o consumo de verduras e frutas. mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, diz nutricionistaAumentou o consumo de verduras e frutas. mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, diz nutricionista - Foto: Divulgação

Quando se fala na prática de atitudes saudáveis, surge uma luz no fim do túnel em relação às escolhas que o brasileiro tem feito nos dias de hoje. É que, esta semana, o Ministério da Saúde divulgou dados atualizados que apontam, por exemplo, o aumento regular no consumo de frutas e verduras, que em 2008 abrangia 33,0% da população e subiu para 35,2% em 2016. A melhora é significativa, mas ainda revela informações de que apenas um em cada três adultos consome esse tipo de alimento em pelo menos cinco dos sete dias da semana.

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontou ainda que, embora haja aumento no número de pessoas com diabetes, hipertensão e obesidade - este último com avanço de 60% em dez anos - a população vem incluindo mais exercícios na rotina e melhorando a alimentação. Um contraste que, segun­do a nutricionista e diretora da Recomendo Assessoria em Nutrição, Marcia Daskal, deve ser analisado dentro de um contexto. “A situação de saúde não se transforma de um dia para o outro. A obesidade, por exemplo, é uma conse­quência do que se fez ao longo dos últimos anos e que, provavelmente, passará a se reverter agora quando se pensa em alimentação”, pontua.

Hoje, as pessoas fazem mais atividades físicas em seus tempos livres, mas ainda deixam de lado aquelas que deveriam ser praticadas no dia a dia, como o simples ato de subir uma escada ou caminhar pelo próprio bairro. É o exercício regular que, ainda segundo a especialista, é fruto negativo da vida moderna. “A população anda menos na rua, e isso inclui fatores de insegurança, sem falar que estamos mais conectados ao celular e às diversas tecnologias, e ainda dormimos menos do que é necessário para o corpo se reestabelecer. Então, é preciso avaliar essa rotina diária que impede avanços na melhoria de saúde”, completa.

Sobre os dados do Vigitel, é curiosa a redução no consumo de refrigerantes e sucos artificiais, que em 2006 era de 30,9% e caiu para 16,5% no ano passado. Resultado do aumento na discussão sobre qualidade de vida e as tendências de como se alimentar melhor. “Só devemos ficar atentos na onda de vilanização de alguns ingredientes. Quando se elimina açúcar da dieta, por exemplo, haverá menos gasto de energia. Mas, claro, dentro de uma realidade individual e do tipo de açúcar que está sendo consumido”, alerta Marcia Daskal.

Veja também

Newsletter