A dança das cadeiras na Câmara do Recife
Com o início da janela partidária nesta quinta, vereadores reavaliam seu futuro partidário
Com a janela partidária iniciando nesta quinta-feira (7) — e encerrando em 5 de abril — a Folha de Pernambuco realizou um levantamento para identificar: dos 39 vereadores da Câmara do Recife, quantos vão tentar a reeleição, quais vão mudar de legenda e para qual partido devem ir.
A janela é aberta em ano eleitoral, seis meses antes do primeiro turno do pleito, que em 2024 acontece no dia 6 de outubro. Com isso, os vereadores eleitos em 2020 terão um mês para mudar de partido e concorrer à reeleição ou às prefeituras sem ter o risco de perder o cargo.
Segundo o mapeamento, dos 39 vereadores eleitos, 37 vão tentar a reeleição. Ivan Moraes (PSOL), que revelou publicamente não fazer três mandatos consecutivos por conta de um “compromisso com a renovação política”, e Michele Collins (PP) são os nomes que podem ficar de fora da disputa.
O grupo de Collins deve lançar Alef Collins, seu filho, para disputar sua cadeira na Casa. Michele é suplente da deputada federal Clarissa Tércio (PP), que é pré-candidata à Prefeitura de Jaboatão. Caso Tércio vença a eleição, Michele assumiria.
De casa nova
Dos 37 vereadores que irão tentar se reeleger, 22 disseram que vão concorrer pela mesma sigla de 2020. Nove, contudo, devem trocar de partido. São eles: Aline Mariano (PP); Chico Kiko (PP); Eriberto Rafael (PP); Felipe Alecrim (PSC); Ronaldo Lopes (PSC); Marco Aurélio Filho (PRTB); Professor Mirinho (Solidariedade), Zé Neto (PROS) e Almir Fernando (PCdoB).
Segunda maior bancada da Câmara, com cinco vereadores, o PP pode enfrentar uma debandada de quadros neste ano. Isso porque a sigla pode adotar uma postura mais firme de oposição ao prefeito João Campos (PSB) na Casa José Mariano, na próxima legislatura (2025-2028), caso ele seja reeleito em outubro.
Vereadores do PP que apoiam o prefeito, e ainda fazem parte da legenda, afirmaram ter perdido espaço dentro do partido e que não há interesse de estar em uma sigla que não está alinhada com a gestão.
Base de João
O PSB de João Campos deve abarcar alguns desses vereadores insatisfeitos. Um deles deve ser Zé Neto, legislador governista atualmente filiado ao PROS. Ele revelou disputar a eleição pela sigla pessebista já que o seu partido não atingiu a cláusula de barreira em 2022.
Almir Fernando (PCdoB) é outro vereador que também deve se juntar a legenda.
A dispersão dos vereadores do PSC — que elegeu três legisladores em 2020, mas hoje, de forma oficial, não existe mais — também pode ser desenhada: Felipe Alecrim afirmou que, depois que o partido se fundiu com o Podemos, não pretende mais disputar a eleição pela sigla. Vai para o Novo.
Ronaldo Lopes, também parlamentar do extinto partido, está de malas prontas para o Progressistas. A afinidade com o grupo de Eduardo da Fonte – presidente estadual da sigla - foi o que pesou na decisão, afirmou.
Marco Aurélio Filho deixou o PRTB foi para o PV e justificou a mudança, entre outros motivos, pelo fato do novo partido integrar a Federação Brasil da Esperança, juntamente com o PT e ao PCdoB.
Por fim, Professor Mirinho (SD) anunciou que vai para o Republicanos.
Na dúvida
Seis vereadores que vão disputar a reeleição ainda estudam seu futuro partidário. Permanecer no mesmo é uma opção, mas negociações com outras siglas estão em curso. Os legisladores, contudo, não quiseram dizer quais são essas siglas.
Este é o caso de Ebinho Florêncio (Podemos); Gilberto Alves (Republicanos); Júnior Bocão (Cidadania); Paulo Muniz (SD); Luiz Eustáquio (PSB) e Marcos di Bria Júnior (PSB). “Nenhuma porta está fechada”, afirmou um deles, em reserva. “Estamos recebendo convites. Na política, um mês é muita coisa. Tudo pode acontecer”, disse outro.



