Após sobretaxa de Trump, Lula ganha respaldo e oposição sai enfraquecida, dizem especialistas
Especialistas veem fortalecimento de Lula após tarifaço e defesa da soberania nacional
A sobretaxa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, a maior alíquota anunciada no chamado tarifaço, repercutiu no debate público e político do país.
Em entrevista à Rádio Folha nesta sexta-feira (1), o advogado e professor de Direito Constitucional, Maurício Rands, e o economista e professor, Edgard Leonardo, analisaram os impactos do episódio para o governo Lula e para seus adversários.
Na avaliação de Rands, a oposição bolsonarista sai enfraquecida diante da crise, ao não reagir de forma clara contra o ataque estrangeiro à soberania nacional.
“Todos os governadores de direita passaram pano para o ataque de Trump ao Brasil, ao Supremo Tribunal, às instituições de lei. Nenhum deles defendeu o país”, afirmou.
Para ele, houve uma tentativa da oposição de inverter a responsabilidade pelo conflito, culpando o governo Lula pelas tarifas.
Rands também criticou o que chamou de “patriotismo de fachada” da oposição.
“Esses patriotas que usam a bandeira e a camisa da seleção se revelaram hipócritas. Quando o Brasil é atacado por um governo estrangeiro, ficam em silêncio. São patriotas da Pátria Alheia”, disse o Advogado.
Leia Também
• Consórcio Nordeste pressiona governo federal por resposta ao tarifaço dos EUA
• Governo antecipa tarifa para elétrico, mas amplia isenção para a BYD
• Governo do estado diz que proteger empregos em Pernambuco é prioridade diante de tarifaço
Efeito estratégico
Já o economista Edgard Leonardo destacou o efeito estratégico da postura do governo. Para ele, a resposta diplomática e o esforço por justiça social e tributária contribuíram para a melhora da percepção popular sobre a gestão petista.
“Esse episódio fortalece o governo e isso está refletido nas reações da população”, afirmou.
Segundo Edgard, o momento exige que o Brasil mantenha uma política externa equilibrada e multipolar.
“Vivemos um tempo de construção de muros, especialmente sob a liderança de figuras como Trump. Mas o Brasil ganha quando aposta em boas relações, sem escolher parceiros por ideologia. Precisamos ampliar laços com a África, com a Ásia, onde há mercados relevantes. E manter o histórico de negociar com todos de forma serena.”
Ambos apontam que a firmeza da diplomacia brasileira, somada à agenda de justiça tributária, contribui para consolidar uma imagem de governo ativo e comprometido com os interesses do país. Para Rands, episódios como esse revelam “quem realmente defende a soberania nacional”.
Confira a entrevista completa:



