Augusto Coutinho critica saída de Danilo da Sudene e cobra respeito a Pernambuco
Deputado afirma que decisão foi articulada de forma política e não acredita em reversão
O deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos) criticou duramente a exoneração de Danilo Cabral do comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7 nesta terça-feira (5), o parlamentar defendeu que a vaga permaneça com Pernambuco, apontou interferência política e empresarial na decisão, além de considerar “muito grave” a forma como o governo federal conduziu o processo.
“Danilo é um homem de bem, sério, que vinha fazendo um grande trabalho, não só por Pernambuco, mas por todo o Nordeste. Essa saída, da forma como foi feita, é muito séria e muito grave”, afirmou.
Segundo o deputado, a exoneração foi resultado de uma articulação feita por um empresário ligado à Transnordestina, com apoio do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e aval do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
Ele afirmou que irá protocolar um pedido de informações para esclarecer o episódio. “Se for verdade que houve interferência da própria empresa na saída de Danilo, aí é muito mais grave”, disse.
Coutinho também criticou a condução política do ministro da Casa Civil. “O governo se articula mal. Rui Costa não tem relação com o Congresso. Nem a própria bancada da Bahia se entende com ele”, declarou.
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"Vaga é de Pernambuco"
Para o parlamentar, apesar de a exoneração ser considerada irreversível, a vaga deve continuar sob indicação de Pernambuco. Ele reforçou que Danilo foi nomeado por indicação do senador Humberto Costa (PT) e que a sucessão deve seguir o mesmo critério.
“Tudo bem, tiraram Danilo. Mas que se bote outro. Segundo me consta, essa vaga coube ao senador Humberto Costa, que indicou Danilo. Então, imagino, e espero, que a sucessão também seja feita por ele”, defendeu.
Coutinho descartou qualquer chance de o governo voltar atrás na decisão.
“Acho que uma decisão como essa, tomada, não tem como ser revertida. O governo já mostrou que não teve atenção conosco. Reverter agora seria uma desmoralização”.
Incômodo do Ceará
Durante a entrevista, Coutinho foi questionado sobre bastidores que apontam um incômodo de lideranças cearenses com o espaço ocupado por pernambucanos no governo federal, que atualmente conta com sete ministros do estado.
O deputado reconheceu o desconforto, mas criticou a condução do Palácio do Planalto.
“Foi uma medida precipitada. Se o governo queria chamar mais um ministro de Pernambuco, que chamasse. Mas a Sudene já estava ocupada, com uma gestão bem encaminhada”, afirmou.
Para Coutinho, houve precipitação e centralização política.
“Tudo bem, temos sete ministros, e são bons ministros. Mas se havia um tipo de investimento ou ativismo que o governo queria fazer, isso não se resolve tirando alguém que está trabalhando bem”, apontou.
Ele finalizou reafirmando a necessidade de garantir protagonismo regional. “Foi tudo muito desconfortável. Mas eu acho que Pernambuco tem força”, concluiu.
Confira a entrevista completa:



