Seg, 22 de Dezembro

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Em congresso, Humberto Jacques fala sobre fake news e intervenção estatal

O vice-procurador-geral-eleitoral, Humberto Jacques de MedeirosO vice-procurador-geral-eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros - Ed Machado/Folha de Pernambuco
O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques abriu o 2º Congresso Pernambucano de Direito Eleitoral, que acontece nestas quarta (18) e quinta-feira (19) na sede da OAB de Pernambuco. Na sua palestra, Jacques defendeu que as fake news não são caso de polícia, mas de cuidado, e alertou para os limites da intervenção estatal: “Por que devemos chamar ao Estado a tutela da verdade? A verdade é construída num processo político, dialético e com amplas liberdades. Quanto mais liberdade no espaço social, mais chance de a verdade vir à tona. Quanto mais controlado, quanto mais policiado, menos chance. Quanto mais intervenção, mais longe fica a verdade”.

Para Jacques, o que há de verdadeiramente novo no campo da “desordem informacional” é o modo industrial de propagação da notícia. “Não deveremos trabalhar, necessariamente, com verdade ou mentira, ofensivo ou não ofensivo, mas com o modo industrial da propagação. Toda as vezes que a gente descobrir que a propagação estiver sendo feito de maneira dolosamente industrializada, isto sim, deverá provocar uma reação, independentemente do conteúdo”.

Para o vice-procurador-geral eleitoral, robôs na arena política são seres perniciosos: “É para aí que eu acho que deve caminhar a inteligência pernambucana, que é um centro de excelência em informática: como fazer de cada cidadão um exterminador de androides?”. E concluiu: “O anonimato na internet, que o marco civil protege, não pode ser um valhacouto para uma indústria de mentiras que tente derrubar a reputação de pessoas”.

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