Em discurso de posse, Dani Portela aponta desigualdade no Recife e cita Marielle
Abrindo os trabalhos da cerimônia de posse dos vereadores e vereadoras do Recife por ter sido a mais votada na capital pernambucana, Dani Portela (PSOL) fez um discurso forte abordando o papel de independência do Legislativo em tempos de autoritarismo. A cerimônia de posse, nessa sexta-feira (1), oficializa o mandato dos parlamentares, prefeito e vice-prefeita eleitos para os próximos quatro anos.
Dani Portella saudou os parlamentares, autoridades e servidores da Câmara e também mencionou a categoria dos professores e professoras que organizaram um protesto pacífico do lado de fora da Câmara, cobrando mais direitos. A vereadora defendeu "uma cidade mais justa, que tenha menos prédios e mais áreas verdes" e que atenda aos anseios das minorias. "Uma cidade que seja melhor e mais segura pro povo preto, para as mulheres para a população LGBTQIA+, crianças e idosos", destacou.
"Sou Dani portela, mulher, negra, feminista e socialista, filha de um ex-preso político. Sou filha do processo de redemocratização do Brasil", se apresentou, lembrando dos presos, torturados e desaparecidos durante o regime militar. "Em época de endurecimento, o primeiro a fechar é o parlamento. E é essa independência que o Recife espera do parlamento", disse, apontando para a elevada desigualdade no Recife.
Por fim, Dani fez uma homenagem a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em um atentado ainda não solucionado pela Justiça. "É inadmissível e eu concluo a minha fala lembrando de uma vereadora eleita que esteve nesse lugar que nós estamos há quatro anos, companheira do meu partido, a vereadora Marielle Franco. É inadmissível que vai se completar 3 anos da morte de uma resposta", concluiu.
Dani Portela abriu sua fala saudando os professores que protestaram do lado de fora da Câmara Municipal do Recife.