Em meio a críticas, Raquel Lyra entrega à Alepe documento sobre os 100 dias de Governo
Governadora se compromete a explicar futuros projetos antes de enviá-los às comissões
Depois de uma série de críticas de deputados, cobrando diálogo e detalhes de projetos do Executivo enviados à Assembleia Legislativa, a governadora Raquel Lyra (PSDB) e a vice, Priscila Krause (Cidadania), entregaram, na tarde de segunda-feira (10), ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto (PSDB), o documento com o balanço dos 100 dias de Governo. Pelo menos outros 16 parlamentares participaram da reunião na presidência da Casa.
A gestora garantiu, segundo Álvaro Porto, que a partir de agora antes mesmo de chegar às comissões, secretários vão explicar o teor dos próximos projetos a serem enviados à Casa, para evitar falha de comunicação, como aconteceu com o PL que remaneja R$ 5,7 bilhões do orçamento. A matéria deve ser votada em plenário nesta terça-feira (11). Também deve entrar em pauta a proposta de emenda complementar que estabelece novos valores para as emendas impositivas.
Leia Também
• "Pernambuco está parado até hoje", diz Marília Arraes sobre 100 dias de gestão de Raquel Lyra
• Ao avaliar os 100 dias do Governo Raquel, Miguel diz que gestão "ainda precisa imprimir sua marca"
• Dani Portela apresenta balanço sobre os 100 dias do Governo Raquel
"A gente não muda se não souber o ponto de partida. Durante o processo de transição, não tivemos acesso a todas as informações solicitadas e por isso a necessidade, nesses primeiros dias de governo, que a gente mergulhasse em cada um dos desafios que Pernambuco", disse a governadora após reunião com os deputados, justificando o porquê agora de um relatório que, segundo a oposição, deveria estar pronto no início da gestão.
De acordo com a governadora, é importante que todos tenham ciência da situação do Estado. "Talvez a mais desafiadora da nossa história. E as soluções não vêm do dia pra noite. Ter a capacidade de evidenciar os problemas é o primeiro passo para resolvê-los", enfatizou, negando a falta de diálogo com a Casa.
"A gente precisa avaliar sempre as queixas. De maneira difusa fico sem entender as demandas. Já recebemos em bloco todos os partidos, conversamos com a Assembleia toda mais de uma vez e estamos com a Casa Civil à disposição dos deputados", comentou a governadora.
Raquel Lyra reconhece a dificuldade dos parlamentares, especialmente com obras iniciadas e sem recursos financeiros nem orçamentários para serem concluídas. "Isso tem gerado uma angústia muito forte dos deputados com seus prefeitos e suas bases. As decisões serão tomadas de maneira colegiada, levando em conta a prioridade de cada lugar, em cada tempo. Não dá para resolver tudo, porque foram muitas frentes abertas de maneira descompromissada com o resultado final", argumentou.
Estiveram presentes à reunião os deputados Eriberto Filho, France Hacker, José Patriota, Jarbas Filho, Rodrigo Novaes, do PSB; Claudiano Martins, Cleiton Collins, Henrique Queiroz e Kaio Maniçoba, do PP; Débora Almeida e Izaías Régis, do PSDB; Nino de Enoque e Renato Antunes, do PL; Joãozinho Tenório (Patritota); Joaquim Lira (PV); e Mário Ricardo (Republicanos).
"Os deputados têm boa vontade e a governadora vem conversando com cada um. Talvez não tenha dado tempo de chamar todos", comentou o presidente da Alepe, Álvaro Porto, alegando que a conversa foi boa e não tem sido complicado atuar como ponte entre o Executivo e o Legislativo.
O relatório também foi entregue ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e será encaminhado ainda ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O presidente do TCE, Ranilson Ramos, ressaltou que o órgão mantém o dever de examinar os números. “Cada relatório, em todos os exercícios, é analisado porque essa é a nossa competência constitucional. Então, os números que forem observados pela fiscalização deste tribunal serão resposta para a sociedade”, disse.
No TCE, estiveram no encontro os conselheiros Teresa Duere (vice-presidente), Carlos Neves, Carlos Porto, Dirceu Rodolfo, Marcos Loreto e Valdecir Pascoal. O secretário chefe da Assessoria Especial, Fernando Holanda, e o secretário-executivo da Casa Civil, Rubens Júnior, acompanharam a agenda.



