Fusão entre PSDB e Podemos avança, mas comando em Pernambuco segue indefinido
Presidente do Podemos-PE defende cautela e diz que chapas federais devem guiar definição estadual
Leia Também
• Alepe rejeita parecer original, mas aprova novo projeto para empréstimo de R$ 1,5 bilhão
• Parlamentares pedem punição para vereadores por vídeo capacitista contra Lula
• Próximos passos da eleição suplementar em Goiana
A fusão entre PSDB e Podemos, em discussão no plano nacional, tem avançado, mas em Pernambuco o processo ainda esbarra em disputas internas. O principal impasse é a definição sobre quem comandará o novo partido no estado. Enquanto o PSDB anunciou que o deputado Álvaro Porto deverá liderar a legenda unificada localmente, dirigentes do Podemos contestam a decisão e pedem mais diálogo.
Em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, nesta terça-feira (6), o presidente estadual do Podemos e da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia, afirmou que o processo continua em fase de transição e que decisões locais devem respeitar o que for estabelecido nacionalmente.
Ele defendeu que o critério principal para a escolha da presidência estadual deve ser a viabilidade das chapas proporcionais.
“O que foi passado para mim, por nossa presidente nacional, Renata Abreu, é que isso será definido conforme a formação das chapas. Precisamos de um partido forte, com representatividade na Câmara Federal”, disse.
Contestação
Após o anúncio do PSDB, o Podemos divulgou uma nota assinada por Marcelo Gouveia, o ex-deputado Ricardo Teobaldo e o ex-ministro Armando Monteiro, entre outros dirigentes, reforçando que a liderança estadual ainda está em aberto e deve ser debatida internamente.
Gouveia evitou críticas diretas a Álvaro Porto, mas reforçou a necessidade de seguir os critérios definidos pela executiva nacional.
“Respeito Álvaro. Ele é um grande quadro da política pernambucana. É natural que o PSDB busque protagonismo, assim como o Podemos tem seu espaço”, afirmou.
Fusão
Na entrevista, o dirigente destacou que a fusão é mais complexa do que uma federação partidária. “Quando você faz uma federação, quatro anos depois ela pode ser desfeita e o partido retoma sua autonomia. Na fusão, nasce um novo partido, com estatuto próprio e nova estrutura”, explicou.
Ele citou como exemplo a união entre União Brasil e Progressistas, que optaram por uma federação. Segundo Gouveia, cabe a cada legenda avaliar o melhor modelo.
Alinhamentos
A disputa pelo controle do novo partido em Pernambuco também reflete diferenças de alinhamento político. Após a filiação da governadora Raquel Lyra ao PSD, o deputado Álvaro Porto tem se aproximado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), enquanto Marcelo Gouveia mantém apoio à gestora estadual.
A movimentação acontece em meio à expectativa de que Raquel e João se enfrentem em uma eventual disputa pelo governo do estado em 2026.
Questionado se a indefinição pode comprometer a fusão, Gouveia minimizou os impactos:
“É difícil fazer projeções quando não temos definições. Mas eu estou com a governadora Raquel Lyra. Os políticos vão poder se posicionar depois. Agora é aguardar”.



