Governador em exercício quer que Judiciário e Executivo de Pernambuco continuem dialogando

Na manhã desta segunda-feira (27), o governador em exercício, Ricardo Paes Barreto, iniciou a semana fora do gabinete. O desembargador esteve na Comunidade do Bode, no bairro do Pina, para fazer uma entrega simbólica de uma casa reformada pelo Programa Morar Bem, e, na ocasião, aproveitou a oportunidade para dizer que o Poder Judiciário está alinhado ao Executivo estadual, e que pretende articular ainda mais projetos para Pernambuco.

“Desde a minha gestão, enquanto presidente do Tribunal, eu digo sempre assim, ‘a gente procura fazer um Judiciário diferente, chegando próximo da sociedade’. Eu tenho dito em todos os eventos que participo que a governadora Raquel Lyra nada deixou nos faltar lá no poder judiciário. Os repasses do nosso orçamento são feitos com toda a tranquilidade, todos os meses, de modo que o nosso relacionamento é muito bom, a gente está sempre se reunindo, discutindo os assuntos de interesse do estado”, pronunciou.

Segundo o governador em exercício, não há nada que precise ser dito sobre a atual gestão do governo Raquel Lyra (PSD), que, em suas palavras, lida de forma democrática com os interesses do Estado de Pernambuco, fomentando uma relação amigável entre o judiciário e o executivo. Quanto ao poder Legislativo, Ricardo pontuou que não poderia falar em nome da casa legislativa, mas que o poder judiciário mantém bons laços com ela.

Morar Bem
O projeto traz a proposta de fazer obras em casas que estão em situação de precariedade, mas que não precisam ser totalmente reconstruídas, investindo R$ 18 mil por residência de famílias de baixa renda. Na Comunidade do Bode, por exemplo, cerca de 168 casas estão em fase de conclusão e entrega, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH). 

“O Morar Bem visa atender cerca de 500 famílias aqui na região [metropolitana]. Ele se estenderá por todo o estado, na medida do possível. Hoje, só nessa área aqui, serão atendidas cerca de 175 unidades, com investimento de aproximadamente 12 milhões de reais”, afirmou Ricardo. 

Ainda segundo a SEDUH, as obras dentro da comunidade estão sendo feitas com celeridade, em uma média de 1.3 meses por moradia. O objetivo é usar desta mesma rapidez em outras localidades, impedindo que as famílias sejam prejudicadas pelas obras, e precisem se deslocar de suas casas.

“O programa Morar Bem em Pernambuco combate o déficit habitacional, e ele trabalha em diversos eixos. Aqui dentro do Bode, nós já temos mais de 200 casas em reforma, mais de 180 prontas, e vão ser 2.600 dessa primeira leva, que foi licitada já mais de 50 milhões de reais investidos aqui na região metropolitana. O governo do estado está finalizando uma licitação de mais 10 mil unidades”, declarou Simone Nunes,  secretária de desenvolvimento urbano e habitação de Pernambuco.

Entrega
A casa entregue nesta segunda foi a de Dona Rosângela Martins, uma dona de casa que reside no local com o marido há 36 anos. De acordo com ela, sua residência se encontrava sem pia no banheiro e com mofo em diversas paredes.

“Eu criei minhas três filhas aqui, mas eu não ia ter condições não, de fazer uma reforma dessa. Antes eu queria vender [a casa], porque eu dizia, ‘eu vou vender para ver se eu compro um lugar, mesmo que seja um lugar afastado, se comprava uma melhor’. Hoje eu não vendo por dinheiro nenhum. Minha neta disse que a minha casa é um palacete”, explicou Rosângela, que hoje, por sofrer de infecções e dores fortes, depende do programa Bolsa Família e de trabalhos do seu marido para sustentar a casa.

“A equipe veio logo, a primeira vez, que eu nem acreditei. Aí [perguntaram] ‘a senhora dá preferência ao quê?’, e eu disse o quarto, porque eu tenho vontade de dormir na minha cama, mas tá tudo cheio de mofo”, complementou, confirmando que houve um diálogo ativo entre ela e os empreiteiros do projeto para atender suas necessidades. A reforma da casa de Dona Rosângela foi entregue em 20 dias.

Simone Nunes ainda relatou que o Morar Bem tem desafios a serem enfrentados, visto que os consultores de reformas estavam acostumados a ter um canteiro de obras maior e em condições ideais de construção. Porém, dentro das comunidades, é preciso ter acessos diferentes, e estratégias que não interfiram no cotidiano da população, contribuindo com a cidadania dos pernambucanos.

“Lá em Peixinhos, na comunidade de Cabo Gato, a gente escutou um depoimento que a dona Maria, que disse assim: agora eu recebo as pessoas aqui na minha casa. Então, isso muda a vida da família em diversos aspectos, não só na melhoria da habitação, mas também na união da família, na possibilidade das pessoas estarem menos na rua e mais dentro de suas casas”, disse.
 

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