Instalação de CPI tem embate entre governo e oposição; acompanhe
Após quase duas horas de debate, governistas contestam filiações e pedem suspensão da reunião
A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar contratos do governo de Pernambuco segue sem definição na manhã desta terça-feira (19), na Assembleia Legislativa (Alepe). Convocada para dar início aos trabalhos e eleger presidente, vice e relator, a reunião já está com quase duas horas de duração sem que houvesse a efetiva criação do colegiado.
O impasse gira em torno das mudanças partidárias que alteraram a correlação de forças dentro da CPI. Em uma manobra de última hora, o PSB cedeu três parlamentares — Diogo Moraes, Waldemar Borges e Júnior Matuto — para partidos integrantes do bloco governista, o que garantiu maioria à oposição no colegiado.
Governistas afirmam que as filiações não foram devidamente registradas dentro do prazo e que a CPI nasce marcada por vícios de origem, sem respeitar o regimento da Casa. Eles também sustentam que a comissão tem caráter político e carece de indícios consistentes para justificar a investigação. A oposição, por sua vez, defende que as mudanças partidárias foram oficializadas pela Mesa Diretora, publicadas no Diário Oficial e homologadas pela Justiça Eleitoral, garantindo legalidade à formação dos blocos e à instalação da CPI.
Presidindo a reunião, a deputada Dani Portela (Psol) ressaltou que a Mesa Diretora recebeu as comunicações formais das filiações e que, portanto, não caberia questionar a validade do processo dentro do colegiado. “O que nós temos de concreto é que os documentos chegaram a esta Casa, foram registrados e publicados. Dentro desse rito, a CPI reúne as condições para ser instalada”, afirmou.
Já a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB), fez um apelo para que a reunião fosse suspensa, com mais tempo para análise das filiações. Para ela, a manobra realizada pelo PSB deslegitima o processo. “Isso está impedindo com que a gente faça o nosso trabalho, que o povo pernambucano está querendo que a gente faça. Quando a gente fala numa CPI que já nasce com vício, com indicados que ainda estavam no PSB e só na madrugada passaram para outros partidos, a gente deixa marcada a digital do PSB que desqualifica essa CPI. Isso é muito grave”, declarou.