JUNTAS cobram medidas contra Clarissa Tércio e Joel da Harpa e estranham fala "evasiva" da Comissão de Ética
As codeputadas Juntas (PSOL-PE) estranharam a fala "evasiva e despreocupada" do presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Tony Gel (DEM), nesta quinta-feira (10), em resposta ao pedido de explicação que fizeram no plenário virtual. As parlamentares querem saber o motivo concreto para os mais de 20 dias de atraso no andamento da representação contra a deputada Clarissa Tércio (PSC) e o deputado Joel da Harpa (PP) por quebra de decoro parlamentar na frente da maternidade Cisam, durante a realização do aborto legal feito na menina de 10 anos, grávida como consequência de estupro do tio.
“Assim que chegarem os documentos nós daremos continuidade ao processo”, divagou o deputado Tony Gel, em sua fala no plenário. Às Juntas, causa estranheza o fato de terem protocolado a representação no dia 18 de agosto em duas instâncias, tanto junto à Mesa Diretora da Casa como também diretamente ao endereço eletrônico institucional do presidente da Comissão de Ética, o próprio deputado Tony Gel, como provam e-mails e protocolos. Nem as dificuldades impostas pelo trabalho remoto em tempos de pandemia justificam que esses importantes documentos não tenham sido acessados mais de 20 dias depois de seu envio.
Até o momento, porém, as codeputadas não tiveram retorno da mesa diretora para que seja instaurada uma investigação do caso pela Comissão de Ética. "As Juntas reafirmam: o retorno desata demanda que vai além do partido. A Comissão de Ética deve explicações à sociedade de modo geral, que espera sejam estabelecidas as devidas sanções aos parlamentares envolvidos."
Representações
As Juntas acusam o deputado Joel da Harpa de quebra de decoro parlamentar ao obter de forma irregular informações sigilosas sobre a criança e ao fazer barulho em frente à maternidade, obstruindo a entrada da emergência e tentando forçar com violência a entrada na instituição. A deputada Clarissa Tércio também é acusada de quebra de decoro por motivos semelhantes, pois a mesma esteve no local e tentou impedir a realização do procedimento, além de, neste período, cometer diversas infrações, como aglomerar em período de pandemia.
O caso, que vinha correndo em segredo de Justiça para a segurança da menina, foi desrespeitado. No dia em que a garota chegou ao Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), no bairro da Encruzilhada, em Recife, para fazer o procedimento, foi submetida a novas violências. As manifestações agressivas, que foram dirigidas à criança e também à equipe médica, foram incitadas e capitaneadas por parlamentares.



