Mário Ricardo critica antecipação do debate sobre 2026 na Alepe
Deputado alerta para efeitos da polarização entre grupos ligados a João Campos e Raquel Lyra
O deputado estadual Mário Ricardo (Republicanos) avaliou como prejudicial a antecipação do debate eleitoral em Pernambuco, centrado na possível disputa entre o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a governadora Raquel Lyra (PSD) para 2026.
Em entrevista à Rádio Folha 96,7, nesta terça-feira (29), o parlamentar afirmou que o cenário político atual tem sido contaminado pela polarização precoce entre governistas e oposicionistas — um clima que também tem se refletido nos debates na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
“Eu acho que essa antecipação de debate eleitoral é muito ruim para o país, para o Estado e para os municípios”, disse.
Segundo ele, enquanto o parlamento cumpre seu papel ao permitir o embate de ideias, o Executivo estadual deveria se dedicar à administração e não à construção de um projeto eleitoral.
“O que não pode é o Executivo se contaminar com isso. Se o Executivo se contamina com isso, ele presta um desserviço à boa política”, declarou.
O deputado reconheceu que a atividade política é parte do trabalho parlamentar e destacou que a discussão política nos legislativos é legítima e necessária.
“O papel, como disse o presidente Álvaro Porto (PSDB), dos deputados, é se posicionarem politicamente. É dar suas ideias. Aqueles que têm suas bandeiras ideológicas vão defender, aqueles que têm seus segmentos vão poder defender, aqueles que sonham com a mudança de governo vão se posicionar. Isso é pleno e natural nos parlamentos.”
Proposta
Durante a entrevista, o parlamentar também defendeu alterações no sistema político-eleitoral como forma de reduzir a frequência de disputas e garantir mais estabilidade às gestões. Para ele, o ciclo sucessivo de eleições atrapalha o planejamento e a continuidade de políticas públicas.
“Nós acabamos de sair da eleição municipal. Veja só: os prefeitos assumiram há seis meses e nós já estamos discutindo a eleição estadual. Quando termina a eleição estadual, você já começa a discutir a municipal. Isso não contribui”, disse.
Mário defendeu o aumento dos prazos de mandato como alternativa.
“Precisamos ter eleições com mandatos mais longos, cinco ou seis anos, para que quem ganhe possa governar, colocar em pauta seu plano e fazer com que as ações cheguem à população.”
Confira a entrevista completa:



