Novos presidentes de comissões da Alepe pregam união da Casa e defendem legalidade das eleições
Processo de escolha dos presidentes dos colegiados foi alvo de protestos e judicialização
Os novos eleitos para o comando das três principais comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) defenderam a legalidade das eleições realizadas neste sábado (15). A instalação dos colegiados e eleição dos seus presidentes e vice-presidentes foi motivo de protesto por parte dos parlamentares da base do governo na Casa.
Os deputados governistas e ex-presidentes das comissões Antonio Moraes (PP), Débora Almeida (PSDB) e Joaquim Lira (PV) se negaram a instalar as três principais comissões que eram comandadas por eles, respectivamente, Justiça, Finanças e Administração Pública, na sessão da última sexta-feira (14). Na ocasião, eles alegavam que a prerrogativa de convocar a eleição não seria do presidente em exercício da Casa, Rodrigo Farias (PSB), mas sim, dos próprios presidentes dos colegiados.
Ainda na tarde da última sexta-feira (14), os parlamentares impetraram uma ação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para tentar barrar a realização da eleição que estava marcada para este sábado (15). Eles também assinaram uma carta de repúdio em que criticaram a ação. O documento também teve a anuência de mais 23 parlamentares.
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Eleito presidente da Comissão de Finanças, o deputado Antonio Coelho (UB) afirmou que o presidente Rodrigo Farias agiu de acordo com o regimento interno da Alepe. Ele afirmou também que Rodrigo teria sido alvo de fake news, mas não citou sobre qual notícia falsa se referia.
“O rito regimental foi fielmente seguido. Estamos tratando de uma causa interna corporis. Quero manifestar minha irrestrita solidariedade ao deputado Rodrigo Farias, que conduziu os trabalhos com altivez e observância ao regimento interno, e foi vítima de fake news. A esperança de todos nós é que todo esse episódio seja superado e a Casa possa se unir mais uma vez”, declarou o deputado.
O deputado foi seguido por Alberto Feitosa (PL) e por Waldemar Borges, eleitos presidentes das comissões de Justiça e Administração Pública, respectivamente. Ao ser perguntado sobre a fala da deputada Débora Almeida, que chamou de “golpe” a convocação do presidente Rodrigo Farias, Alberto Feitosa classificou a atitude da colega como “infeliz” naquele momento.
O deputado aproveitou para minimizar os impactos do imbróglio que se criou em torno da eleição para o comando das comissões e enfatizou que as disputas narrativas são naturais ao parlamento.
"Se existe alguma fissura, algum aumento de temperatura, não é por parte deste Poder que é composto por 49 deputados. Disputas são normais, discursos acalorados fazem parte do parlamento e a gente está tranquilo com relação a tudo o que foi feito até agora", pontuou o deputado Alberto Feitosa.
Relação com o Executivo
Waldemar Borges comentou a declaração da governadora Raquel Lyra (PSDB) que pediu corresponsabilidade pela governabilidade do Estado aos presidentes das comissões. Ele disse que todos concordam com a gestora, mas não se sentem atingidos pelo pedido. O parlamentar reforçou que os deputados têm agido de forma responsável e falou da necessidade de independência dos poderes.
"Para a gente exercer a corresponsabilidade na dimensão que deve ser, a gente precisa garantir a independência dos poderes, capacidade de diálogo, entendo como uma via de mão dupla. Em nenhum momento partiu de jnós nenhum gesto de irresponsabilidade", ressaltou.



