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Paulo Muniz defende oposição “lúcida” e critica atuação “raivosa” na Câmara

Presidente do PL no Recife cobra equilíbrio político e defende pacto contra desigualdades na cidade

Vereador Paulo Muniz, em entrevista à Rádio Folha 96,7, nesta quinta-feira (21)Vereador Paulo Muniz, em entrevista à Rádio Folha 96,7, nesta quinta-feira (21) - Arthur Mota / Folha de Pernambuco

O vereador Paulo Muniz (PL), novo presidente da legenda no Recife, afirmou que sua atuação na Câmara Municipal será pautada pelo equilíbrio e pela responsabilidade. Em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, nesta quinta-feira (21), ele defendeu uma “oposição lúcida” e criticou o que chamou de posturas extremadas. 

“Não podemos ter uma oposição cega, raivosa, louca, com traços de psicopatia, que não vê nada de bom em nada que é feito e só enxerga críticas. Se chega um projeto interessante para a cidade, que você estuda e entende que trará bons resultados, deve ser aprovado. Mas, se vem um pedido de empréstimo sem detalhamento de como será usada aquela fortuna, aí eu voto contra”, declarou.

Apesar de se colocar como defensor de uma postura equilibrada, Muniz reconheceu que a oposição na atual legislatura tem sido mais combativa e vem impondo maiores dificuldades ao prefeito João Campos (PSB). Para ele, alguns parlamentares têm conquistado repercussão popular e ampliado a pressão sobre o Executivo. 

“Dois vereadores aí têm furado a bolha da política. A política é muito dinâmica, e eles estão fazendo o que muita da população gosta. Acredito que essa nova oposição dessa legislatura está dando mais trabalho ao prefeito, sim”, avaliou.

Trajetória
Muniz também comentou sua trajetória política e a chegada ao comando do PL no Recife. Segundo ele, a dinâmica do sistema partidário brasileiro, com dezenas de siglas, explica parte das mudanças em sua carreira. 

“Eu perdi duas eleições no PSDB, que era o partido que me representava, que eu adorava, que reconhecia seus líderes. Eu tinha voto para entrar, mas estava em um partido errado. O Brasil tem mais de 38 partidos, mas não tem 38 ideologias. O Solidariedade, por exemplo: em 2020 estava na base de João Campos, depois mudou de comando e foi para a oposição. Quem é incoerente nisso, sou eu que fiquei no partido, ou é o nosso sistema partidário?”, questionou.

O vereador ressaltou ainda que sua chegada à presidência municipal do PL se deu por indicação do ex-prefeito Anderson Ferreira, principal liderança do partido em Pernambuco. 

“Fui surpreendido, mas muito feliz. Fui muito bem acolhido. Acho que minha lealdade e correção aproximaram a gente. Anderson é o nosso general no Estado, e ninguém faz política sozinho”, disse.

Para além das disputas partidárias, Muniz defendeu que a política no Recife deve buscar consensos capazes de enfrentar desigualdades históricas. 

“Nossa cidade é uma das mais desiguais do Brasil. Ou é a primeira, ou a segunda capital mais desigual. Precisamos de um pacto da cidade para resolver isso, para voltar a ser o Leão do Norte, porque hoje não somos nem o gatinho. Recife não pode se contentar em ser a capital do futuro que nunca chega”, concluiu.
 

Confira a entrevista completa: 

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