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PCdoB reúne lideranças no Recife para debater desafios das forças progressistas

Evento integra atividades preparatórias para o 16º Congresso Nacional do partido

Paulo Almeida/Folha de Pernambuco

O auditório Clélio Lemos, da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP/UPE), recebeu na noite desta segunda-feira (25) o ciclo de debates “Conjuntura desafiadora às forças progressistas e democráticas”, promovido pelo PCdoB e pela Fundação Maurício Grabois. O encontro reuniu lideranças políticas nacionais e estaduais, como o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE), o ex-ministro José Dirceu, a vereadora recifense Cida Pedrosa (PCdoB) e a presidente estadual do PCdoB, Thiara Milhomem. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou de forma remota, enquanto a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, enviou uma mensagem em vídeo.

Unidade
Em sua intervenção, Luciana Santos destacou a necessidade de construir unidade no campo progressista.

“Nós acreditamos que os objetivos se cruzam quando pensamos em dar um passo à diante na nossa luta. Temos objetivos táticos e estratégicos. O tático é ganhar a eleição, o estratégico é apontar as mudanças que nosso país precisa”, afirmou a ministra, que também preside nacionalmente o PCdoB.

Pedro Campos avaliou que o cenário político brasileiro seguirá tensionado nos próximos anos e apontou riscos de disputa interna no campo da direita.

“Haverá uma disputa de ego pelo eleitorado de Jair Bolsonaro. Essa disputa está entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA, e do governador de São Paulo, Tarcísio, que lidera esse processo e tem mais condições na disputa. Essa disputa nos preocupa, porque vai criar confusão no Brasil. Desde o tarifaço, até a Lei Magnitisky”, afirmou.

Para ele, o desafio também está no fortalecimento de um projeto de desenvolvimento local.

“Olha para o cenário local, temos um grande desafio, que é materializar esse projeto popular de futuro. Esse desenho não é simples”, disse.

Estratégia
O ex-ministro José Dirceu destacou a importância estratégica da relação entre o PT e o PCdoB.

“Nossa relação com o PCdoB não é uma relação institucional, é uma relação estratégica. Diz respeito ao Brasil e ao socialismo, não só a disputas eleitorais, ainda que elas sejam importantes e decisivas”, disse.

Ele também recordou sua convivência com Miguel Arraes e Eduardo Campos.

“Lembrar a figura de Miguel Arraes e Eduardo Campos é lembrar de Pernambuco, do Nordeste e de uma tradição democrática e nacionalista. Lembro da minha emoção de conhecer Miguel Arraes. Só o conheci quando ele voltou do exílio. Aprendi muito com ele”, declarou.

Ao analisar o cenário internacional, acrescentou: “O mundo não é mais o mundo da Europa e dos EUA. Criou-se condições para que o Brasil possa dar um salto. Hoje, a capital do mundo é Shangai. A globalização criou a China e a Índia. Nosso problema é que não temos independência financeira e tecnológica. Não temos uma elite à altura do Brasil. Cabe a nós tomar o destino do Brasil.”

A vereadora Cida Pedrosa defendeu a ampliação da frente democrática para 2026.

“O desafio de 2026 é reeleger Lula e juntar o campo democrático, o PCdoB vem pregando e propondo isso. Mas essa frente ampla tem que ser maior ainda: com a centro-esquerda, centro, centro-direita e até a direita democrática. Não podemos ter purismo, pois o inimigo é grande”, afirmou.

A presidente do PCdoB em Pernambuco, Thiara Milhomem, ressaltou a importância do diálogo e da unidade no atual cenário político.

“Só o fato de nos reunirmos aqui, já reafirma a construção da unidade e do consenso, para construir a clareza dos nossos objetivos. Precisamos reeleger Lula, a alternativa disso é o neocolonialismo, o que não vamos tolerar”, declarou.

Impedida de comparecer, Simone Tebet enviou mensagem em vídeo, na qual destacou os riscos que considera presentes no próximo pleito.

“Depois de 30 anos da redemocratização, chegamos à triste conclusão de que o desafio da próxima eleição vai ser maior do que em 2022. O que está em jogo são retrocessos inimagináveis. O preço da democracia é a eterna vigilância. O que une o campo progressista é infinitamente maior do que aquilo que nos separa. A eleição de 2026 vai ser a mais difícil do Brasil”, afirmou.

Debate
O debate foi mediado pelo ex-deputado estadual Luciano Siqueira e integra as atividades preparatórias para o 16º Congresso Nacional do PCdoB, que discutirá os rumos do partido diante de um cenário político nacional e internacional marcado por instabilidade e transformações rápidas

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