Pré-candidato à presidência pelo UP critica a aproximação de Lula com a direita
Leonardo Péricles acha que tentativa de colocar Alckmin como vice de Lula é um erro
A tentativa de aliança do PT com a direita por meio da aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) não é vista com bons olhos pelo pré-candidato à Presidência da República pelo partido Unidade Popular, Leonardo Péricles. O ex-tucano é cotado para vice na chapa majoritária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O Alckmin inclusive é uma dessas expressões de representante da grande burguesia brasileira, dos ricos, que foi governador de São Paulo e reprimiu enormemente as greves, as mobilizações dos trabalhadores. Era inclusive o governador quando houve aquele massacre dos Pinheirinhos, é importante lembrar que ele fez agora 10 anos, foi no ano de 2011, onde uma ocupação imensa de São Paulo foi violentamente reprimida, pessoas morrem pela Polícia Militar a mando do governo do estado que na época o governador era Geraldo Alckmin. Dessa forma a gente não ia combater efetivamente o fascismo,” falou o postulante, nesta terça-feira (18), durante entrevista para a Rádio Folha 96,7 FM.
O pré-candidato afirmou ainda que a sua negativa à parceria com Alckmin não significa que ele é contra o PT. “Primeiro para não sermos mal interpretados, eu quero lembrar que quando o Partido dos Trabalhadores teve no governo, em nenhum momento eles tentaram fechar o STF, o congresso nacional, nem tentar uma ditadura fascista, terrorista no nosso país, eu quero ressaltar isso”, enfatizou.
No momento, Péricles cumpre agenda política no Recife. Na manhã desta terça-feira(18), ele visitou o arcebispo de Olinda e Recife Dom Fernando e pela tarde, ele se reuniu com a união dos estudantes secundaristas, além da visita ocupação Selma Bandeira em Jaboatão dos Guararapes.Nesta Quarta-feira (19), último dia do político na capital pernambucana, a agenda segue em Caruaru.
Programa de governo
Sobre as diferenças com o Partido dos Trabalhadores, o pré-candidato comparou o seu programa de governo ao de Lula.
”A nossa diferença com eles, ela é do campo econômico porque fundamentalmente o PT é favorável principalmente a continuar pagando a dívida pública. E para nós, isso é uma chaga do Brasil que precisa ser resolvido. Não é possível a gente ter avanço no nosso país, sem grande investimento público na economia. E a dívida pública drena mais da metade do orçamento. E aí tem quem duvida sobre isso, mais uma polêmica, e aí, mais um motivo para fazer a auditoria, suspender o pagamento e auditar pra saber exatamente o que deve”, afirmou.
Assim como o ex-presidente petista que sugere a revogação da reforma trabalhista, Péricles também apoia a medida, mas diz querer ir além, com uma reforma popular com o objetivo de reduzir a jornada de trabalho, para seis horas, sem diminuir a remuneração. Segundo o candidato, a decisão iria aumentar a quantidade de empregos.
Por último, o socialista afirmou que as mudanças profundas que ele sugere precisam de apoio dentro do governo. “Então, qual que é o outro caminho para que a gente consiga aprovar no congresso nacional essas mudanças profundas? O caminho é a mobilização popular. Nós precisamos mobilizar o povo, nós somos a maioria da população. Inclusive nós chegamos não só na mobilização como a outra formulação, convocar uma assembleia nacional constituinte, em que ela possa contar com a participação da maioria do nosso povo para fortalecer inclusive, restaurar os arquivos da nossa constituição e fortalecer outros nos sentidos dos direitos populares”, reiterou.
Entrevista completa no podcast Folha Política:



