Presidenciáveis lamentam tragédia, mas não citam propostas para museus
A ex-senadora Marina Silva (Rede), que destina um tópico do seu plano de governo para a “cultura e a diversidade”, se compromete a oferecer condições de funcionamento a museus, arquivos e bibliotecas, além de valorizar os registros escritos, sonoros e visuais de tradições orais e da produção contemporânea.
Já o programa do PT, cuja candidatura do ex-presidente Lula foi impugnada em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (STF), na última sexta-feira, afirma que o governo "retomará" de forma ativa as políticas para o patrimônio e museus através do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) para a proteção e promoção do patrimônio cultural e de fortalecimento da política nacional de museus.
No contraponto, dos candidatos que incluem a Cultura em suas pautas, sem abordar políticas para os museus, Geraldo Alckmin (PSDB) foi um dos que repercutiu a tragédia nas redes sociais. “Diante da perda irreparável do maior acervo museológico brasileiro, devemos resgatar o compromisso de zelar permanentemente, com consciência e investimento, pela preservação do patrimônio e da memória do País”, disse o tucano.
Guilherme Boulos (PSOL) também se pronunciou, por meio de sua conta no Twitter. “Muito triste o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, atingindo 20 milhões de itens da nossa história. Os cortes criminosos de Temer em recursos da Cultura e em investimentos estão condenando nosso futuro e destruindo nosso passado”, publicou o psolista, que também não detalha o que fará pelos museus caso seja eleito. Outro presidenciável que criticou o governo nas redes sociais foi João Amoêdo (Novo).
“É muito triste ver o nosso patrimônio histórico em chamas. Esse é o resultado da falta de gestão e do abandono político que vivemos no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Precisamos nos envolver na política para fazer a diferença e evitar situações lamentáveis como essa”, disse em sua página no Facebook.
Além deles, Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), João Goulart (PPL) e José Maria Eymael (DC) incluem a Cultura em seus planos, porém, sem especificar o que fariam pelos museus.
O militar da reserva, Jair Bolsonaro (PSL), que sequer menciona em seu programa de governo políticas públicas culturais, atribuiu o incêndio no Museu Nacional ao "aparelhamento" da instituição por partidos políticos e disse que não planeja destinar mais recursos a museus, se eleito. "Tem recursos sobrando. O que falta é adequadamente investir recursos nessa área, o que não vem sendo feito", disse ele. Cabo Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB) e Vera Lúcia (PSTU) também não possuem propostas para a Cultura. Após o incêndio, o emedebista disse que trabalhará pela recuperação da instituição.



