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Presidenciáveis lamentam tragédia, mas não citam propostas para museus

Museu Nacional do Rio de JaneiroMuseu Nacional do Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil
O incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio de Janeiro, jogou luz sobre a falta de políticas públicas para a Cultura no Brasil, em pleno período eleitoral. Nas redes sociais, os governos foram duramente criticados pelo descaso com os equipamentos culturais do País, sobretudo em função dos seguidos cortes no orçamento, que teriam deixado a instituição sem receber, desde 2014, a verba de R$ 520 mil anuais que bancam a sua manutenção. Porém, com os candidatos à Presidência não é diferente. Dos treze presidenciáveis, apenas dois apresentam propostas para a preservação e conservação dos museus nos seus planos de governo, ainda que de maneira simples.

A ex-senadora Marina Silva (Rede), que destina um tópico do seu plano de governo para a “cultura e a diversidade”, se compromete a oferecer condições de funcionamento a museus, arquivos e bibliotecas, além de valorizar os registros escritos, sonoros e visuais de tradições orais e da produção contemporânea.
Já o programa do PT, cuja candidatura do ex-presidente Lula foi impugnada em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (STF), na última sexta-feira, afirma que o governo "retomará" de forma ativa as políticas para o patrimônio e museus através do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) para a proteção e promoção do patrimônio cultural e de fortalecimento da política nacional de museus.

No contraponto, dos candidatos que incluem a Cultura em suas pautas, sem abordar políticas para os museus, Geraldo Alckmin (PSDB) foi um dos que repercutiu a tragédia nas redes sociais. “Diante da perda irreparável do maior acervo museológico brasileiro, devemos resgatar o compromisso de zelar permanentemente, com consciência e investimento, pela preservação do patrimônio e da memória do País”, disse o tucano.

Guilherme Boulos (PSOL) também se pronunciou, por meio de sua conta no Twitter. “Muito triste o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, atingindo 20 milhões de itens da nossa história. Os cortes criminosos de Temer em recursos da Cultura e em investimentos estão condenando nosso futuro e destruindo nosso passado”, publicou o psolista, que também não detalha o que fará pelos museus caso seja eleito. Outro presidenciável que criticou o governo nas redes sociais foi João Amoêdo (Novo).

“É muito triste ver o nosso patrimônio histórico em chamas. Esse é o resultado da falta de gestão e do abandono político que vivemos no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Precisamos nos envolver na política para fazer a diferença e evitar situações lamentáveis como essa”, disse em sua página no Facebook.

Além deles, Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), João Goulart (PPL) e José Maria Eymael (DC) incluem a Cultura em seus planos, porém, sem especificar o que fariam pelos museus.

O militar da reserva, Jair Bolsonaro (PSL), que sequer menciona em seu programa de governo políticas públicas culturais, atribuiu o incêndio no Museu Nacional ao "aparelhamento" da instituição por partidos políticos e disse que não planeja destinar mais recursos a museus, se eleito. "Tem recursos sobrando. O que falta é adequadamente investir recursos nessa área, o que não vem sendo feito", disse ele. Cabo Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB) e Vera Lúcia (PSTU) também não possuem propostas para a Cultura. Após o incêndio, o emedebista disse que trabalhará pela recuperação da instituição.

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