Raquel Lyra sai em defesa da Transnordestina e cobra retorno de recursos da Sudene para a ferrovia
Governadora pediu apoio ao novo superintendente e do empresariado para viabilizar retomada da obra
No dia em que deu ordem de serviço, ao lado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para início da dragagem do canal interno do Porto de Suape, a governadora Raquel Lyra (PSD) frisou que com a reforma tributária o benefício fiscal acaba em 2033. Por causa disso, Pernambuco precisa investir em infraestrutura logística e ser opção para novos empreendimentos. No rol das principais obras estruturantes, a Transnordestina.
A gestora pediu apoio do empresariado e do novo gestor da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Francisco Ferreira Alexandre, para liberação de recursos para a ferrovia. E aposta na vinda do ministro dos Transportes, Renan Filho, a Pernambuco, na primeira quinzena de setembro, para que ele defina a data em que as obras serão retomadas.
"É importante que a gente tenha em Pernambuco a mesma mobilização que a gente conseguiu fazer para a retomada da Transnordestina que tinha saído do mapa. Do mesmo jeito que juntaram em Pecém para garantir os bilhões de reais de investimento indo para o Ceará, a gente garante aqui em Pernambuco também isso acontecendo", assegurou a governadora. Segundo ela, todos os obstáculos surgidos na elaboração do projeto executivo da ferrovia foram ultrapassados ."Então, não me coloquem qualquer tipo de problema. Não tem mais desculpa para dizer que a gente não está pronto para receber esse investimento", esbravejou.
A governadora apontou ter participado de todas as reuniões em Brasília para discutir a ferrovia, inclusive dos encontros para os quais não foi convidada. Relatou que muitas vezes não quiseram sua presença e lembrou que foi preciso colocar o nome "Pernambuco" de caneta porque lá só constavam os estados do Piauí e do Ceará. "E eu estava lá, mas eu não estava sozinha. Estava com o Pernambuco que sempre lutou para que isso fosse realizado".
Lamentou que a ferrovia tenha sido tirada do mapa em dezembro de 2022, sem que os líderes políticos tenham se mobilizado. "Aguentaram calados aqui em Pernambuco, mas a gente devolveu com esforço de muitos a Transnordestina para dentro do PAC."
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Raquel Lyra informou que quando o ministro Renan Filho chegar ao estado deve fazer um balanço das obras do governo federal desenvolvidas em parceria com o governo de Pernambuco, como as das BR-104 e BR-423 e liberar os R$ 450 milhões previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) para serem destinados à Transnordestina. "Nossa meta é que as obras sejam retomadas ainda este ano. Esse é o compromisso do presidente Lula e do ministro Renan", pontuou.
A governadora assegurou estar concluindo o projeto executivo da ferrovia dentro do Porto de Suape. "A gente sabe que quando acontecem as obras no Ceará, se elas não forem completadas aqui, se não garantirmos os investimentos para Pernambuco, vamos perder 20 anos. Vamos ficar uns 20 anos para trás", disse, dirigindo-se ao superintendente da Sudene.
"Aquele dinheiro que foi embora para o Ceará, agora precisa vir todinho para Pernambuco. Cuide disso. A gente não gosta de ver o dinheiro ir embora daqui. Não significa que não queremos dinheiro lá. Mas são em torno de quatro bilhões de reais. Esse dinheiro tem que vir para a Transnordestina, para Suape. É sua missão", apontou.