Sáb, 06 de Dezembro

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Sem base para governar, Raquel Lyra usa de manobras na Alepe

Governadora se articula para ter aliados em três comissões e quebra respeito à proporcionalidade

Plenário da AlepePlenário da Alepe - Breno Laprovitera/Alepe

Dois meses depois de assumir o mandato e ainda sem base consolidada na Assembleia Legislativa, a governadora Raquel Lyra (PSDB) tem recorrido a manobras diversas para ampliar a representatividade na Casa de Joaquim Nabuco. Deputados que sinalizam apoio ao Executivo e alguns dos que integram a bancada independente anunciaram na segunda-feira (27) a formação de blocos (PP e Republicanos de um lado. PSDB e Patriotas do outro. Federação PT, PV e PCdoB reforçando). Derrubaram, com isso, a possibilidade de consenso em torno da proporcionalidade na composição das três comissões mais disputadas na Alepe.

A formação das Comissões de Constituição e Justiça (CCLJ); Finanças, Orçamento e Tributação; e Administração Pública deve ser resolvida no voto a voto em reunião nesta terça-feira (28), a partir das 10h. Estratégia semelhante foi usada na eleição da Mesa Diretora da Casa que também ignorou o tamanho das bancadas e teve Álvaro Porto (PSDB, partido que elegeu apenas três deputados, e Gustavo Gouveia (Solidariedade, com quatro) como candidatos únicos à presidência e à primeira secretaria.

Antônio Moraes (PP), que abriu mão da candidatura à presidência da Alepe para Álvaro Porto, correligionário de Raquel, vai disputar a presidência da CCLJ; Débora Almeida, também do mesmo partido da governadora, foi indicada para a de Finanças, Orçamento e Tributação; e a Federação PT, PV e PCdoB, que decidiu compor a bancada independente, apontou Joaquim Lira (PV) para presidir a de Administração.

"A gente está tentando construir um grande consenso na Casa para evitar o bate-chapa nas comissões, para se construir um ambiente de colaboração", apostava o deputado Sileno Guedes, líder do PSB, partido com a maior bancada na Assembleia (13 deputados) e, embora sem estar coeso na oposição a Raquel Lyra, ganhou a adesão da deputada Dani Portela (PSOL). "Interrompemos a reunião para fazer um levantamento de como cada partido pode participar e montar esse quebra-cabeça", acrescentou Sileno, após o segundo encontro, na tarde de segunda (27). Outros aconteceram durante o dia.

Até as 21h30 da segunda (27) a oposição negociava os nomes para o bate-chapa na presidência e os outros nomes para compor as três comissões. Apenas o do deputado Waldemar Borges (PSB) era consenso para disputar a presidência da CCLJ. Ele presidiu a comissão nos quatro anos da última legislatura e é reconhecido pelo perfil imparcial, apesar de pertencer ao mesmo partido do então governador, Paulo Câmara.

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