Sessão solene na Câmara dos Deputados marca 20 anos da morte de Miguel Arraes
Políticos, ministros e familiares relembram a trajetória do ex-governador de Pernambuco
O ex-governador Miguel Arraes foi homenageado nesta quarta-feira (13) em sessão solene da Câmara dos Deputados que marca os 20 anos de sua morte. A proposição, de autoria da deputada federal Maria Arraes (SD-PE), neta do ex-chefe do executivo estadual, reuniu políticos, ministros e familiares de Arraes.
O evento aconteceu no plenário Ulysses Guimarães onde a deputada Maria Arraes ressaltou que suas lembranças do avô são principalmente aquelas contadas pelo povo. Isso porque a parlamentar tinha apenas 11 anos quando o ex-governador faleceu.
“Quis o destino que eu, depois de adulta, descobrisse um novo tipo de lembrança: uma lembrança que não é minha, é do povo. Rodar o estado de Pernambuco é como ler um livro sobre vovô. Cada região, cada município, cada feira, é um capítulo diferente. São testemunhos vivos de que sua obra permanece”, afirmou, emocionada.
Ela também lembrou que a data marca os 11 anos de falecimento do primo Eduardo Campos e do tio Augusto, conhecido como Percol, ex-assessor de Campos.
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Maria Arraes ressaltou ainda que Miguel Arraes foi um homem à frente de seu tempo, cujas palavras, proferidas décadas atrás, ainda ecoam nos dias atuais.
“Na década de 1980, ele já dizia que só o povo pode dar força a um governo, seja ele qual for, para restabelecer a soberania do país, uma fala que ressoa no Brasil que estamos vivendo hoje. É por isso que, como deputada federal, cargo em que meu avô também deixou sua marca, sinto um orgulho imenso de carregar seu DNA. Mais do que isso, carrego o compromisso com os mesmos ideais pelos quais ele lutou: a justiça social, a democracia, a dignidade do povo e a soberania nacional”, concluiu.
Homenagens
Para a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que também propôs a homenagem, Arraes deixou um legado de coerência, convicções firmes e defesa intransigente da soberania nacional.
“Assim era Arraes, um homem que cumpria o que falava, que tinha convicções firmes, que batia contra as privatizações, que nunca deixou de ter sua bandeira levantada pela soberania do nosso país. Arraes é um homem para ser louvado sempre”, destacou.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que Arraes continua sendo, até hoje, uma referência para a boa política.
“No golpe de 64, os militares lhe ofereceram a alternativa de renunciar, e ele disse que não, porque havia sido eleito pelo povo e não trairia o povo de Pernambuco. Isso é algo que ele deixou para todos nós, e que, para nós, políticos, é uma referência muito importante sobre qual deve ser a conduta de um militante verdadeiramente comprometido com a luta do seu povo”, detalhou.
João Campos, bisneto de Miguel Arraes e prefeito do Recife, ressaltou que o exemplo deixado por Arraes deve guiar as novas gerações na defesa da democracia.
“Que a história dele seja uma referência para essa nova geração que precisa conhecer a luta que foi para conquistar a democracia do país, o quão jovem ela é e quão inacabada ela sempre será. Então que a gente possa ter no nosso coração e na nossa prática a vida de Miguel Arraes como um farol”, disse.
Após a solenidade, os presentes participaram do descerramento da placa que oficializa a mudança do nome da sala do Colégio de Líderes para Sala de Líderes Miguel Arraes.



