Um palanque dividido no Agreste
A tucana iniciou o discurso trocando o nome de Câmara pelo do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, e complementou dizendo que sentia saudades dele. Na sequência, Raquel se desculpou, elogiou o governador por Serro Azul e fez diversos pedidos, como um batalhão exclusivo para Caruaru, doação de terrenos da Compesa e outro no bairro do Salgado - para transformar em creche - além da liberação de recursos do FEM e verbas para o Samu.
Raquel destacou que o governador liberou os recursos de 2014 para uma obra do ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), e teria dado até o final de abril para se posicionar sobre o FEM de 2015. “O recurso ainda não foi liberado e acaba gerando até um transtorno aqui em Caruaru: o prefeito Queiroz, que montou o projeto, fica cobrando que eu aplique o recurso, mas o recurso ainda não chegou. E eu não tenho como me explicar para a população”, declarou ela, alfinetando, também, o ex-prefeito.
“Então, peço ajuda a deputada Laura (Gomes/PSB), ao deputado Tony Gel (MDB) e até ao prefeito Queiroz, que está ocupando um cargo importante no Governo do Estado, para que a gente tenha a força de todos, neste momento de dificuldade dos municípios, para que possamos ter investimentos”, disse Raquel, na presença de Laura, Tony Gel e Queiroz, ambos aliados de Câmara.
Palácio responde
O Palácio do Campo das Princesas negou que o pedetista possua cargo no governo. O PDT, todavia, possui a Secretaria estadual de Agricultura e Reforma Agrária, sob o comando de Wellington Batista (PDT), ligado aos Queiroz.
Câmara disse que responderia a todos os questionamentos de Raquel Lyra. “Não está fácil para os prefeitos governarem os municípios. A crise também é muito forte e a gente entende os anseios pelas respostas. Vamos esclarecer cada ponto e ajudar naquilo que podemos ajudar. Por que não se governa sozinho, se governa com parceira com municípios e com a sociedade”, disse ele, ao final do encontro.
Filha do ex-governador João Lyra Neto (PSDB), rompido com o PSB, Raquel integra o grupo de oposição Pernambuco Quer Mudar. Os aliados de Câmara avaliaram que a tucana fez um discurso repetitivo - visto que alguns dos pedidos já haviam sido feitos no encontro da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) - e desastrado, tentando constranger o governador e o ex-prefeito.



