Uma corrente de solidariedade a Mozart Sales, secretário do Ministério da Saúde
Braço direito do ministro Alexandre Padilha, Mozart teve visto americano cassado pelo governo dos EUA
Políticos pernambucanos do campo progressista formaram uma corrente de solidariedade em defesa do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales.
A iniciativa foi reforçada na sexta-feira (15), quando o médico cardiologista passou o dia em Pernambuco, ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para anúncios de programas e parcerias.
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Na última quarta-feira o governo dos Estados Unidos revogou o visto americano dele e da família. A medida também atingiu o ex-funcionário do governo brasileiro Alberto Kleiman.
Mais Médicos
Ambos ajudaram a implementar, entre 2013 e 2018, o programa Mais Médicos, uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Cuba. Os EUA alegaram que o programa financiava a ditadura cubana.
“Mozart sofreu uma sanção absurda. Está sendo injustiçado por uma luta em favor do povo que mais precisa de saúde nesse país. Pessoas que estão nas periferias, nas zonas rurais, nas áreas mais remotas e que precisam de um acolhimento digno, que só um sistema único de saúde como o do Brasil pode oferecer”, enfatizou o prefeito do Recife João Campos, durante o anúncio de liberação de R$ 40 milhões do Ministério da Saúde para o Hospital das Mulheres.
Afinados
Correligionária e integrante da mesma corrente dentro do Partido dos Trabalhadores, a senadora Teresa Leitão já havia defendido Mozart Sales pelas redes sociais. E nessa sexta-feira encorpou ao discurso críticas diretas ao presidente dos EUA, Donald Trump.
“O Mais Médicos é a garantia de saúde para milhares de brasileiros nos rincões do Brasil e tem forte apoio da população. Nós seguiremos na defesa do SUS, maior sistema de saúde público do mundo - universal, gratuito e integral - e de iniciativas que salvam a vida dos brasileiros. Manifesto meu apoio ao médico Mozart Salles, responsável pela implementação do programa”, divulgou.
Condecoração
Ex-ministro da Saúde, o senador Humberto Costa, acompanhou apenas uma das agendas do ministro Alexandre Padilha, na sexta-feira (15). Justificou compromisso marcado previamente no interior do estado. No breve discurso feito no Pronto-socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), destacou a situação enfrentada pelo secretário do Ministério da Saúde.
“Minha integral solidariedade a você e a sua família pela larga injustiça cometida pelo governo americano em relação a vocês. O Mais Médico foi uma conquista de todo o povo brasileiro e, como tal, você deveria ser condecorado e não sofrer qualquer tipo de punição”, explanou.
Resistência
Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, Mozart Sales está sendo vítima da insanidade praticada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de atacar a soberania e o interesse nacional.
“Para além do tarifaço, ataca as instituições brasileiras e a democracia. E tenta fazer uma ingerência inaceitável no nosso país. Entre elas, vetar esse grande brasileiro pelo fato de ter desenvolvido e aplicado uma política pública que salva vidas, que é o Mais Médico. Mas isso não vai intimidar Mozart. Ele vai continuar firme nas suas convicções, ajudando o Brasil a salvar a gente. Afinal, nós somos madeira de lei que cupim não rói”,
Também participando do anúncio, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Coata Filho, lamentou a decisão.
“É uma medida desrespeitosa dos Estados Unidos em relação a Mozart Sales, um quadro muito qualificado, homem sério, preparado, que emprestou e empresta a sua vida a se dedicar à saúde do povo brasileiro. É um sinal ruim, em uma medida, na minha avaliação, não correta do governo americano”, sustentou o ministro.