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Vetos da governadora a trechos da LOA acirram ânimo entre os Poderes Executivo e Legislativo

Decisão de Raquel Lyra foi considerada inconstitucional pelo presidente da Alepe, que mandou arquiva

Em plenário, deputados aprovaram a LOA por unanimidade, no dia 16 de dezembroEm plenário, deputados aprovaram a LOA por unanimidade, no dia 16 de dezembro - Foto: Nando Chiappetta/Alepe

Os vetos da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), a trechos do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, inflamaram ainda mais os ânimos já acirrados entre os Poderes Executivo e Legislativo.

O PL 3397/2025, aprovado por unanimidade na terça-feira (16), acabou, entre outras coisas, reduzindo a ação da gestora na hora de remanejar recursos do orçamento.

Atualmente ela pode fazer mudanças em até 20% do montante atual. O projeto aprovado reduz para 10% a possibilidade de alterações. Se as alterações superarem esse índice, a governadora precisará de autorização dos deputados.

Os vetos foram publicados ontem, em edição extraordinária do Diário Oficial da Alepe, já com a decisão do presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), que os considera inconstitucionais.

Arquivamento
Em nota, a presidência da Alepe registrou que, de acordo com a Constituição Federal, “o veto tem natureza estritamente supressiva e que o veto parcial deve abranger o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea”. A presidência recusou a tramitação da mensagem de veto nº 68/2025 e determinou o arquivamento da decisão.

Horas depois da publicação no Diário Oficial, a bancada governista refutou a decisão do presidente. Em uma nota assinada por  29 parlamentares, a bancada considera que a estratégia da oposição é engessar as ações do governo.

Viés político
“Esta não é uma controvérsia meramente regimental ou jurídica. Trata-se de uma atitude de claro viés político, cujo efeito concreto é paralisar o governo do estado, inviabilizando a execução do orçamento e comprometendo projetos estratégicos para Pernambuco.”

A nota ressalta que a decisão do presidente da Casa “ameaça a continuidade de políticas públicas essenciais, que vêm melhorando a vida dos pernambucanos em áreas fundamentais como saúde, infraestrutura, educação, segurança e desenvolvimento social”.

Judicialização
Antes da divulgação do documento dos governistas, e ainda durante o evento de filiação de novos quadros ao PSD, o secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, anunciou que o governo vai judicializar o caso. “A LOA é do governo, e o plenário é soberano”, avisou.

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