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Concursos públicos: como equilibrar estudos com lazer e vida pessoal 

Descansar não é luxo: especialista explica como manter equilíbrio sem culpa durante os estudos

Como conciliar lazer com os estudos para concursos públicosComo conciliar lazer com os estudos para concursos públicos - Freepik

Para quem estuda para concursos, manter o foco pode parecer incompatível com momentos de lazer, relacionamentos e até cochilos à tarde. A rotina intensa, somada ao trabalho e à faculdade, muitas vezes deixa pouco espaço para o descanso, e quando ele acontece, pode vir acompanhado de culpa.

“É complicado manter uma rotina de estudos para concurso quando a gente está fazendo faculdade e trabalhando ao mesmo tempo”, contou a estudante Eduarda Dahora, que tenta conciliar os três. 

Apesar da rotina apertada, ela reserva tempo para ir ao cinema, sua atividade favorita. “Geralmente isso me dá um relaxamento assim pela semana todinha. Não vou todas as semanas, mas no mínimo umas duas vezes ao mês.”

Ainda assim, Eduarda revela sentir culpa ao descansar. “Crescemos com a ideia de que não podemos parar. Quando resolvo cochilar ou dormir cedo, parece que estou negligenciando minhas obrigações”, disse. 

Essa culpa, segundo a psicóloga Cristiane Souza, é mais comum do que se imagina. “Negligenciar o descanso pode gerar sintomas de estresse crônico, ansiedade, insônia e até depressão. O candidato entra em um ciclo de culpa e autoexigência que mina a autoestima e a persistência nos estudos.”

Equilíbrio
Mesmo sem ter encontrado o equilíbrio ideal, Eduarda acredita que o segredo está em uma rotina mais realista. “Diria para fazer um cronograma diário que inclua momentos de descanso. Nada de cronograma irreal. A gente não é máquina, chega um momento que a mente não sustenta essa pressão”, aconselhou. 

Cristiane reforça que o lazer deve ser tratado como parte da estratégia de preparação. 

“Do ponto de vista psicológico, o cérebro precisa de pausas para consolidar informações, manter o foco e sustentar o ritmo. O lazer favorece o equilíbrio emocional, melhora a motivação e previne o esgotamento mental”, explicou. 

Relações 
A especialista destaca ainda que a vida afetiva pode ser um fator positivo se houver diálogo e apoio. 

“Relações saudáveis contribuem para o bem-estar emocional e motivam o estudante. Já relações marcadas por cobrança excessiva geram distração e sobrecarga.”

Cristiane recomenda incluir pequenas ações de afeto na rotina, mesmo que curtas: “Um café da manhã juntos, uma ligação curta ou um ‘como você está?’ sincero já ajudam a fortalecer os vínculos”, pontuou. 
Tempo 

Em relação ao tempo ideal de estudo, ela aponta que o mais importante é respeitar os próprios limites. “Não existe uma fórmula única. Em geral, de 4 a 6 horas líquidas por dia com pausas já são efetivas. A qualidade e a constância pesam mais do que a quantidade.”

Para quem está sobrecarregado, os sinais de alerta não devem ser ignorados.  “Dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia, desânimo persistente e choro fácil são indicativos que é hora de reavaliar a rotina e, se necessário, buscar apoio psicológico”, orientou

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