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Em concursos públicos, solicitar um recurso pode ser um passo à frente para a aprovação?

Estratégia é um direito dos concurseiros, e traz pontos decisivos em seleções concorridas

ConcursoConcurso - Divulgação

A correção do gabarito é um dos momentos mais cruciais no trajeto dos concursos públicos. Então, imagine: você já está sentindo a homologação do seu nome para o cargo, e, de repente, percebe que duas questões decisivas que você tinha certeza que havia respondido corretamente aparecem com respostas diferentes no gabarito. O desespero toma conta, e aquela aprovação desejada parece se esvair. E agora, desistir se torna uma opção?

Depois de tantos estudos, parar de tentar não é uma possibilidade. Por isso, a solicitação de recurso vem a ser algo que o concurseiro pode se agarrar. Em casos como o desrespeito às regras do edital, quando a banca usa de uma matéria que não estava prevista no conteúdo programático, ou ainda a escrita de questões ou correções com erro grosseiro, os recursos podem ser solicitados pelos candidatos para reaver os pontos perdidos.

Dependendo do edital, os recursos podem ser interpostos em fases como redação, provas discursivas, análise de títulos, testes físicos ou até mesmo exames médicos.

Procedimento
Antes de tudo, é preciso ler atentamente o edital, pois nele estão os formatos, procedimentos específicos e  prazos, que geralmente duram de dois a três dias após a publicação do gabarito preliminar. O primeiro recurso a ser solicitado é o administrativo, em que o próprio candidato envia uma petição para a organização do concurso.

Em caso do pedido ser negado, você ainda pode recorrer, enviando um recurso judicial. Nesse caso, o concurseiro precisará de um advogado, e o recurso será avaliado diretamente por um juiz.

Para o diretor do NUCE Concursos, César Albino, em grande parte dos casos, os candidatos recorrem a argumentos emocionais e carecem de capacidade técnica para avaliar corretamente o que estão questionando. Então, sempre ao argumentar com a banca examinadora, é preciso fundamentar o pedido com base em leis, jurisprudência ou em autores e estudiosos conhecidos. 

Já o analista judiciário do TJPE e professor de concursos, Thiago Leal, aconselha que a melhor estratégia para que o recurso seja aceito é se prender à originalidade.

“É importante não copiar textos prontos da internet, pois as bancas costumam indeferir recursos padronizados”, diz o especialista. 

O uso da linguagem formal também é imprescindível, pois erros da norma culta do português podem fazer seu recurso ser ignorado. Por fim, ao concluir seu recurso, descreva qual a pontuação que você acha que deve ser aplicada a sua questão discursiva, sinalize qual deveria ser o gabarito considerado, no caso de provas objetivas, ou ainda destaque qual a decisão que a banca deve tomar, em sua opinião. 

Porém, se você ainda estiver perdido sobre esse processo, e acredite que precisa de uma análise de gabarito melhor assistida, ou escrita mais técnica, César recomenda o auxílio de um professor.

“Recomendamos que o candidato busque a orientação de um profissional. Assim, será possível identificar se a questão realmente comporta recurso e, caso positivo, o professor poderá desenvolver um texto fundamentado”, explica. 

Apesar de todas as dúvidas sobre como submeter e acompanhar um recurso, o grande “bicho de sete cabeças” para os concurseiros é o medo de que, ao contestar a prova e outras fases do edital, estejam “sujando” a própria imagem perante a banca organizadora. Porém, Thiago Leal tranquiliza ao dizer que essa ideia é um equívoco, e usar desse procedimento é um direito garantido em documento oficial.

Afinal, se o candidato deve seguir as regras do edital, a banca precisa se orientar sob essa mesma premissa. E vale lembrar: quando acolhido, o recurso pode beneficiar todo o grupo de candidatos, e a sua solicitação pode mudar os rumos não só da sua carreira, como dos de muitos outros. 
 

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