Capacete em mau estado pode comprometer a segurança do motociclista
Entenda como identificar sinais de desgaste, fazer a manutenção correta e evitar riscos na pilotagem
Na pilotagem de uma motocicleta, segurança é um fator que deve estar sempre em primeiro plano. E, quando se fala em proteção, o capacete é o item mais importante, já que o responsável direto pela integridade física do condutor em caso de acidentes.
No entanto, apesar da relevância, muitos motociclistas ainda negligenciam a conservação do equipamento, comprometendo a eficácia e, por consequência, a própria segurança.
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Assim como a manutenção preventiva da moto é essencial para o bom funcionamento do veículo, manter o capacete em boas condições também deve fazer parte da rotina do motociclista. Um capacete bem cuidado não apenas protege em caso de quedas, mas também proporciona melhor conforto, visibilidade e estabilidade durante a condução.
Segundo a Motul, multinacional francesa especializada em lubrificantes e fluidos de alta tecnologia, há sinais claros que indicam quando o capacete pode estar comprometido e precisa de atenção. Veja os principais:
Viseira danificada: Riscos profundos, trincas ou o amarelamento da viseira afetam diretamente a visibilidade e podem causar acidentes, especialmente à noite ou sob chuva.
Peças soltas ou desencaixadas: Forros internos, travas da viseira ou pala soltas indicam desgaste estrutural. Esses elementos soltos comprometem a fixação adequada e aumentam o risco de lesões em caso de impacto.
Marcas de impacto: Mesmo quedas aparentemente leves podem comprometer a integridade do casco, ainda que o dano não seja visível externamente. Um capacete que já sofreu impacto pode perder sua capacidade de absorção.
Trava de pescoço com defeito: O fechamento da cinta jugular precisa estar funcionando perfeitamente. Se a trava não se fixar bem, o capacete pode sair da cabeça em caso de colisão.
Além de segurança, o capacete oferece conforto, visibilidade e estabilidade. | Foto: FreepikClima e armazenamento
Além dos danos físicos, fatores ambientais também têm papel relevante no desgaste do capacete. A exposição prolongada ao sol, variações de temperatura, umidade e até mesmo a poluição podem comprometer os materiais do casco e dos forros internos.
“A radiação UV, por exemplo, acelera o ressecamento de componentes plásticos e a deterioração da pintura e adesivos refletivos”, explica Caio da Luz de Freitas, engenheiro de aplicação da Motul.
Para conservar o capacete por mais tempo, é fundamental armazená-lo em local seco, arejado e longe da incidência direta de luz solar.
O ideal é que, após o uso, o capacete seja higienizado com produtos neutros e específicos, principalmente nas áreas de contato com a pele, como o forro e as espumas.
Quando é hora de trocar?
Embora não exista uma data de validade oficial gravada no casco, os especialistas recomendam que o capacete seja substituído, em média, a cada cinco anos de uso contínuo — ou antes, se houver sinais de deterioração. Essa estimativa considera o desgaste natural causado pelo uso diário e pela exposição a agentes climáticos.
“Mesmo que o capacete pareça intacto por fora, quedas e pancadas podem comprometer as camadas internas responsáveis pela absorção de impacto, o que reduz drasticamente a eficácia do equipamento”, reforça Caio.
Evolução tecnológica
Com os avanços no setor, os capacetes modernos contam com tecnologias que aumentam o conforto e a durabilidade. Forros removíveis e antibacterianos, canais de ventilação, viseiras antirrisco e tratamentos antiembaçantes são alguns exemplos.
Mas, mesmo com essas inovações, o cuidado básico com limpeza, secagem correta e transporte adequado continua sendo essencial.
Transportar o capacete solto na moto ou deixá-lo pendurado no retrovisor, por exemplo, são práticas que devem ser evitadas. O impacto constante ou a exposição ao calor do motor e do sol direto aceleram o desgaste dos materiais.



