Manutenção dos freios: como evitar falhas e garantir mais segurança no carro
Pastilhas, discos e fluido exigem revisões periódicas; chiados e vibrações são sinais de alerta
Entre todos os sistemas de um automóvel, o de freios é o mais importante para a segurança ativa. É ele que garante a desaceleração e a parada do carro em diferentes situações. Uma falha nesse conjunto pode resultar em acidentes graves, por isso a manutenção preventiva deve ser encarada como prioridade.
Componentes que sofrem desgaste
O sistema de freios é formado por diversas partes que atuam em conjunto, como pastilhas, discos e fluido. Todos esses itens sofrem desgaste natural com o uso. As pastilhas, por exemplo, são feitas de material de atrito que perde eficiência a cada frenagem.
Quando o desgaste é excessivo, o atrito passa a ocorrer diretamente entre o metal da pastilha e o disco, provocando danos sérios. Além de encarecer a manutenção, um disco comprometido aumenta a distância de frenagem e coloca em risco a segurança do motorista e dos passageiros.
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Sintomas de problemas
Os sinais de desgaste raramente passam despercebidos. Entre os mais comuns estão ruídos como chiados e rangidos, vibrações no pedal ou no volante, além da sensação de que o carro está “demorando mais” para parar.
Segundo Bianca Santos, engenheira de aplicação da Henkel para o mercado de reparo automotivo, esses sintomas não devem ser ignorados.
“É recomendável fazer uma inspeção visual a cada revisão de rotina ou sempre que notar barulhos estranhos e vibrações. Muitas vezes, isso já indica que as pastilhas estão raspando no disco”, explica.
Fluido também merece atenção
Outro ponto importante é o fluido de freio, responsável por transmitir a pressão do pedal até as rodas. Com o tempo, esse líquido absorve umidade, o que reduz sua eficiência e pode causar falhas graves.
A recomendação é trocar o fluido, em média, a cada dois anos ou conforme orientação do fabricante. Ignorar essa substituição pode gerar superaquecimento do sistema e até a perda momentânea da capacidade de frenagem em situações extremas, fenômeno conhecido como “fading”.
Apoio de produtos específicos
Na oficina, o mecânico também pode recorrer a produtos auxiliares que funcionam como silenciadores, ajudando a reduzir ruídos e a evitar o desgaste irregular das pastilhas. Esses compostos são aplicados na parte traseira da peça, suportam altas temperaturas e melhoram a eficiência do sistema.
Apesar disso, a especialista reforça que eles não substituem a manutenção preventiva.
“O acompanhamento periódico é fundamental para preservar a durabilidade dos componentes e manter a resposta do veículo em diferentes cenários de uso”, adverte a engenheira.
Revisão periódica é indispensável
Não há uma quilometragem única para definir a troca das pastilhas ou discos. O desgaste varia conforme o estilo de condução, a frequência de uso em trânsito intenso e até o peso transportado.
Carros que circulam muito em trechos urbanos, com frenagens constantes, tendem a exigir trocas mais frequentes do que veículos usados majoritariamente em rodovias.
Por isso, a regra é clara: incluir a checagem dos freios em todas as revisões periódicas. Essa prática ajuda a identificar falhas em estágio inicial, evita reparos caros e garante que o carro esteja preparado para responder de forma eficaz em situações de emergência.



