Psicoterapia financeira: entenda como as emoções influenciam no uso do dinheiro
Para mudar o comportamento em relação às finanças é preciso acessar o lado emocional, afirma especialista
No mundo das finanças, palavras como planejamento, investimentos e orçamento são comuns na hora de trazer uma solução para problemas como o endividamento. No entanto, um fator essencial e frequentemente negligenciado é a relação emocional que cada pessoa tem com o dinheiro.
É diante disso que a chamada psicoterapia financeira busca abordar temas como pais que evitam falar sobre dinheiro na infância, relação de escassez e crenças limitantes para explicar alguns entraves relativos à maneira de gastar.
A linha de estudo que une a educação financeira e a psicologia analisa a forma como as emoções e experiências que o indivíduo já passou influenciam nas decisões econômicas. “Diferente da educação financeira tradicional, que se concentra em habilidades práticas como planejamento, investimentos e controle de gastos, a psicoterapia financeira busca entender os motivos emocionais e psicológicos que levam a determinados padrões de comportamento”, destaca a especialista Maria Manso.
Ela ainda explica que a diferença entre a tradicional educação financeira e a psicoterapia direcionada às relações com o dinheiro é que enquanto a educação financeira ensina o que fazer, a psicoterapia trabalha o porquê fazemos e o que fazemos com o dinheiro. Para isso, alguns fatores são examinados no processo.
Aspectos emocionais: Examina as emoções relacionados ao dinheiro, como ansiedade, culpa ou relutância;
Aspectos racionais: O que nossa mente aprendeu sobre o dinheiro;
Histórias pessoais e familiares: Analisa como a história de vida e experiências passadas influenciam as decisões financeiras.
Origem
Nesse sentido, por muitas vezes, a pessoa pode se perguntar porque mesmo munido de conhecimentos sobre planejamento das finanças, o descontrole e desorganização ainda prevalecem como um problema recorrente. De acordo com os estudos da psicoterapia financeira, os maus hábitos nas finanças pode ter diversas motivações, muitas delas enraizadas na infância e na educação no lar, já que lições e atitudes ensinadas pelos pais influenciam significativamente a questão financeira, alerta Manso.
“Por exemplo, pessoas que passaram por situações de muita escassez podem desenvolver um comportamento como compulsão por compras ou aversão ao gasto, resultando em escolhas não equilibradas”, disse.
Maria Manso também inclui que a crença limitante é outro fator consequência, influenciando o modo como se enxerga oportunidades, podendo trazer aversão ao risco e decisões conservadoras de investimento, por exemplo.
Dessa forma, a psicoterapia financeira aborda esses problemas por meio de:
Exploração emocional: Entender como velhos hábitos prejudicam o presente;
Terapia cognitiva: Reestruturar crenças limitantes sobre dinheiro;
Práticas de autocompreensão: Desenvolver conscientização sobre decisões financeiras;
Desenvolvimento da consciência financeira: para que as decisões passem a ser mais equilibradas e alinhadas com os valores individuais.
Processos
Os processos que integram a psicoterapia financeira auxiliam no desenvolvimento de uma relação mais equilibrada com essa área da vida por meio do autoconhecimento, ajudando a compreender as raízes emocionais de empasses com a administração da própria renda.
Ao aplicar as técnicas para reestruturar hábitos de consumo e planejamento financeiro, a abordagem também prioriza o suporte emocional, permitindo que o indivíduo enfrente a vergonha ou o estresse associado às dívidas, proporcionando um caminho mais claro para a recuperação financeira.



