Avanço do IDEB de Recife mostra consistência
Mesmo com a pandemia, capital pernambucana melhorou seus índices educacionais
Antes do Ministério de Educação, através do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), divulgar os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), alguns especialistas tinham a expectativa de completo desastre, diante do isolamento social e consequente fechamento das escolas durante o período mais crítico da pandemia do COVID19, nos anos de 2020 e 2021.
Entretanto, apesar do recuo no desempenho dos Anos Iniciais do Fundamental no país, o resultado dos Anos Finais das redes públicas brasileiras melhoraram.
Os resultados precisam ser analisados com parcimônia. Se por um lado há questões que preocupam e exigem diligência dos gestores públicos para rápidas e contínuas intervenções para recomposição de aprendizagens, o avanço dos Anos Finais mostra que nem tudo está perdido, que o que foi conquistado na trajetória fica, que o que é sólido não se dilui com facilidade.
Claro que há municípios que avançaram no índice pela melhoria nos índices de aprovação, impactando na variável fluxo, entretanto boa parte das redes já tinha elevado essa variável, o que limitou este tipo de movimento.
O fato é que a proficiência não caiu tanto quanto se esperava mesmo. Ponto pra quem acredita e defende a continuidade.
De acordo com os dados recentemente divulgados pelo MEC, Recife melhorou IDEB dos Anos Iniciais de 5,2 para 5,3 e dos Anos Finais do Ensino Fundamental de 4,7 para 5. Mesmo com o isolamento social provocado pela pandemia (a Prova Brasil foi realizada em 2021), a capital pernambucana melhorou seu desempenho educacional, feito memorável.
Recife, que em 2013, era uma das piores capitais do país neste quesito, hoje está em 11º entre as 26 capitais no IDEB dos Anos Finais, que mensura a proficiência de língua portuguesa e matemática no final da etapa do Ensino Fundamental, e encaminha o estudante para o Ensino Médio. Ou seja, entre as principais cidades do país, aqui estamos acima da média.
Ainda não temos a mesma “educação do rico para os pobres”, ainda temos um longuíssimo caminho para dizer que temos uma educação pública de qualidade e ainda há muito espaço para críticas, principalmente para quem gosta de realizar análises com base na foto (no momento estático).
Contudo, para quem olha o filme (o comportamento dos resultados ao longo dos anos, a trajetória), os avanços são inegáveis, são enormes. E esse avanço se reflete na diminuição das desigualdades, na qualidade de vida das pessoas.
Parabéns todos e todas que fazem esse resultado acontecer na ponta, que não digo mais que essa ponta é a sala de aula, e sim os sorrisos de quem os professores amam e dedicam esforço, suor e lágrimas: o sorriso dos estudantes.
Como diria Paulo Freire a estes jovens com oportunidades: bem-vindo ao futuro, cidadãos emancipados!



