A Força da Indústria: Contribuição e Longevidade no Desenvolvimento Econômico Brasileiro
Desde a Revolução Industrial no século XVIII na Inglaterra, que o mundo experimenta os benefícios desta atividade agregadora de valor, grande fonte de empregos, alavancadora de investimentos, incentivadora do desenvolvimento tecnológico e arrecadadora de impostos.
Outra característica importante é o baixo índice de removibilidade, ou seja, dificilmente uma indústria deixa seu local de implantação e se muda para outro levando consigo os ativos produtivos. Até quando ocorre o encerramento de suas atividades, normalmente, seus equipamentos produtivos são vendidos e continuam a produzir em outra unidade industrial. A atividade industrial é um compromisso de longo prazo.
Como exemplo de longevidade no Brasil temos o Complexo Industrial da Casa da Moeda, estatal que fabrica não só o nosso dinheiro, mas também passaportes com chip e selos fiscais. A empresa industrial mais antiga do país, localizada no Rio de Janeiro, teve o início das atividades em 1694.
Mas, foi na 1° metade do século 20, que o segmento industrial brasileiro experimentou grande avanço. Nesta época, observamos uma mudança de perfil da economia brasileira de basicamente agrário – exportador para industrial.

Hoje, esta atividade consolidadora do desenvolvimento das nações, tem no Brasil a seguinte fotografia:
• 303.612 indústrias;
• 7.651.999 pessoas ocupadas na atividade;
• R$ 4,6 trilhões de Receita Total
Obs. Dados da Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA-Empresa IBGE 2020)
Ainda como comprovação da capacidade de contribuição e longevidade da indústria, relacionamos abaixo 28 grandes empresas industriais brasileiras com mais de 100 anos em atividade no país.
| Empresa | Atividade | Ano de Fundação |
|---|---|---|
| Casa da Moeda | Moeda | 1694 |
| Cedro Cachoeira | Têxtil | 1872 |
| O Estado de São Paulo | Gráfica | 1875 |
| Hering | Têxtil | 1880 |
| Karsten | Têxtil | 1882 |
| Santanense | Têxtil | 1891 |
| Elekeiroz | Química | 1894 |
| Bayer | Química | 1896 |
| Brookfield | Construção | 1899 |
| Klabin | Papel e Celulose | 1899 |
| Gerdau | Siderurgia e Metalurgia | 1901 |
| Matte Leão | Bebidas | 1901 |
| FTD | Gráfica e Editora | 1902 |
| Souza Cruz | Tabaco | 1903 |
| Cini | Bebidas | 1904 |
| Bunge | Alimentos | 1905 |
| Siemens | Máquinas e Equipamentos | 1905 |
| Selmi | Alimentos | 1905 |
| Malwee | Têxtil | 1906 |
| Alpargatas | Calçados | 1907 |
| BASF | Química | 1911 |
| Bardella | Metalúrgica e Fundição | 1911 |
| Batavo | Alimentos | 1911 |
| Tramontina | Ferramentas e Material Elétrico | 1911 |
| Açúcar União | Alimentos | 1886 |
| Altenburg | Têxtil | 1922 |
| Coats Corrente | Têxtil | 1922 |
| Renda Priori | Alimentos | 1919 |
Inclusive, algumas das indústrias listadas acima atuam em Pernambuco.
No plano regional e nacional a indústria pernambucana está entre as maiores do Nordeste e uma das mais importantes do Brasil. Destaque para os segmentos naval, automobilístico, químico, metalúrgico, vidros planos, eletroeletrônicos, minerais não metálicos, têxtil, alimentício e papel e papelão.
O setor industrial em Pernambuco é liderado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIEPE, que mantém hoje 1.198 filiados distribuídos em 33 sindicatos patronais. (FIEPE – 2022). Esta instituição com 83 anos de existência foi fundada em 1939 pelo industrial Joseph Turton.

A Federação coordena o Sistema FIEPE, composto por quatro órgãos vinculados: Serviço Social da Indústria de Pernambuco (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de
Pernambuco (SENAI), Instituto Euvaldo Lodi de Pernambuco (IEL-PE) e Centro das Indústrias do Estado de Pernambuco (CIEPE).
Dentre os serviços oferecidos pela instituição, destacam-se, além da própria representatividade setorial, as pesquisas técnicas, o apoio jurídico, o suporte para exportações e intermediação de convênios internacionais, os cursos de capacitações e as ações de incentivo à qualidade e competitividade.
Dados relevantes da indústria pernambucana:
• No total temos 14.109 (RAIS/ME 2020) estabelecimentos industriais registrados em Pernambuco.
• A indústria pernambucana é responsável por 86,2% das exportações do Estado.
• Em 2021 a indústria exportou U$ 1,8 bilhão. A pauta principal está relacionada com derivados de petróleo e biocombustíveis, responsáveis por 35,51% do total.
• Pernambuco responde por 11,2% das exportações regionais de industrializados e 1,6% das exportações brasileiras de industrializados.
• O PIB Industrial de Pernambuco é de R$ 33,4 bilhões, equivalente a 2,4% da indústria nacional e 12,2% da indústria nordestina (2019)
• O PIB industrial representa 21,8% do PIB estadual (2019), 19,7% do PIB regional e 18,5% do PIB nacional;
• 273.972 trabalhadores atuam na indústria pernambucana representando 18% do emprego formal. (2020)
Setor extremamente formalizado, cumpre diversas normas específicas do trabalho, vigilância sanitária, bombeiro, CPRH, prefeituras, dentre várias outras normas e obrigações legais.Com baixíssimo índice de removibilidade, este equipamento produtivo é segurança de renda, emprego e impostos por toda a vida útil do empreendimento. Por esta e outras características é objeto de inúmeras políticas de desenvolvimento que buscam fortalecer a economia nacional.
Desde os primórdios da industrialização nacional, como citado acima, primeira metade do século 20, passando por iniciativas regionais como a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE que persegue desde 1959 o desenvolvimento econômico social, via, principalmente, a industrialização da região, até os dias atuais com o governo federal e os governos estaduais traçando planos e metas de fortalecimento do setor industrial, a indústria é o centro motor do desenvolvimento nacional.
Diante de catástrofes climáticas, guerras, pandemias, caos na logística mundial, dentre outros desafios, as nações voltaram a incentivar e perseguir a autonomia industrial, e, em todas as partes do mundo presenciamos a volta da industrialização como forma soberana de sustentabilidade econômica nacional.
Ao fim e ao cabo, neste momento de retomada da economia pernambucana, o olhar diferenciado com o setor industrial pernambucano pode ser a diferença entre dar certo ou não dar certo. Que bons ventos nos levem.
Forte abraço a todos e fiquem com Deus!

As informações contidas neste artigo não refletem a opinião do Jornal Folha de Pernambuco e são de inteira responsabilidade de seus criadores.
Fonte: Portal da Indústria, IBGE, FIEPE e EXAME.



