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Tecnologia e Games

Em Pernambuco, robótica na socioeducação promove inclusão para adolescentes da semiliberdade

Iniciativa possibilita a profissionalização de adolescentes para o setor de tecnologia

Iniciativa promove a profissionalização e ressocialização por meio da tecnologiaIniciativa promove a profissionalização e ressocialização por meio da tecnologia - Cássia Christine/Ascom Funase

Com o objetivo de reintegrar socioeducandos por meio da profissionalização, uma iniciativa promovida pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), em parceria com a Cesar School, tem realizado a capacitação em robótica e computação

Destinado para adolescentes em semiliberdade, o ensino tem assegurado que jovens em cumprimento de medida socioeducativa em Pernambuco possam ser integrados profissionalmente na área da tecnologia e inovação.

O curso “Tecnologias para Transformação Social: aplicação de experimentações de computação física para o suporte e reintegração de jovens que estão em cumprimento de medidas socioeducativas” é acompanhado pelo Parque Profissionalizante Professor Paulo Freire.

Para tal, a iniciativa promove a alfabetização científico-tecnológica, capacitando o desenvolvimento de competências em sistemas digitais, computação física e robótica que preparem os jovens para atuar no mercado tecnológico.

O curso, adaptado para a realidade dos alunos, foi dividido em aulas semanais realizadas por meio de um revezamento entre o Parque Profissionalizante e a Cesar School. A formação é instruída pelo tutor do curso e graduando de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Messias Daniel, que adapta o projeto para ser cativante e inspirador para os socioeducandos. 

“O que a gente está fazendo é para além da tecnologia. Estamos tentando desenvolver nos jovens aptidões e soft skills que são habilidades do futuro. Tentamos mostrar para os adolescentes que esse ambiente também é para eles, que é possível levar tecnologia para transformar a própria comunidade”, destaca Messias.

Egresso da Funase, Messias retornou para contribuir com a mudança de vida dos adolescentes, evidenciando que a educação e a capacitação podem ser a chave para a transformação de realidades.

Aulas foram adaptadas para a realidade dos estudantes | Foto: Cássia Christine/Ascom FunaseAulas foram adaptadas para a realidade dos estudantes | Foto: Cássia Christine/Ascom Funase

“Minha experiência mostra que a socioeducação pode ser um caminho real de transformação, desde que haja oportunidade e continuidade depois da medida, pois o que realmente muda a vida desses adolescentes não é apenas um curso, mas o acesso a oportunidades que antes lhes eram negadas. Queremos que esse trabalho se torne um programa de educação continuada, ligado ao mercado de trabalho, para garantir que eles sigam em frente”, afirma. 

A iniciativa destaca as novas formas de ensino, com foco no aprendizado contínuo. Além da formação, os adolescentes também tiveram a oportunidade de participar do Rec’n’Play 2025.

“Participar de eventos como o Rec’n’Play fortalece a autoestima dos adolescentes e mostra para a sociedade que eles podem competir de igual para igual na área da tecnologia”, destaca o instrutor.

A capacitação tem se mostrado uma experiência proveitosa, segundo relata o adolescente Y.T., de 16 anos: “Está sendo muito bom, aprendi muita coisa, como fazer um carro robô que anda sozinho do zero. Também gosto de vir para essa faculdade, dá para refletir um pouco e quem sabe trabalhar aqui nessa empresa um dia”, comenta.

Para a presidente da Funase, Raissa Braga, a iniciativa reforça o compromisso da fundação com uma socioeducação que transforma vidas. 

“Acreditamos que a tecnologia pode ser uma grande aliada na reintegração social, despertando o interesse dos adolescentes e mostrando que o aprendizado pode abrir novas oportunidades. Nesta parceria com a Cesar School, estamos ampliando horizontes e mostrando que cada jovem é capaz de construir um novo futuro”, avalia a gestora.
 

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