Iniciando carreira no Desenvolvimento Mobile, escolho Nativo ou Flutter?

Hoje vamos falar de um tema que muita gente se pergunta quando deseja entrar nesse mundo de desenvolver aplicativos…

Nativo x Flutter, qual escolher? 
Nos últimos anos, houve crescimento na ascensão e uso de apps móveis! É inegável o fato de que o uso de smartphones e aplicativos está cada vez mais presente no nosso dia a dia, pois proporcionam facilidade. As pessoas acordam e mexem em seus celulares, checam e-mails, pagam contas, pedem comida, chamam carros por aplicativos, assistem a vídeos, conversam com pessoas… Ou seja, eles podem ser usados para diversas finalidades. 

Com o mundo se tornando cada vez mais dependente da tecnologia, há grande demanda por desenvolvedores capazes de criar e manter aplicativos com qualidade, o que torna uma área muito boa e aquecida pra quem quer seguir carreira e isso acaba fazendo muitos iniciantes fazerem a pergunta: “Nativo x Flutter” ou “Nativo x Multiplataforma”?

O que é um App Nativo?
É aquele desenvolvido com linguagem nativa do dispositivo, ou seja: usando sua SDK (Software Development Kit). 

Por exemplo: para construir um aplicativo para Iphone você usa linguagens como Objective C/Swift e Java/Kotlin para Android. Se quiser desenvolver para desktop, é necessário escrever um código separado para macOS (com Swift), Linux (com C) e Windows (com C++), aplicativos nativos também mantém princípios de UI/UX específicos.

Eles são ótimos em várias perspectivas, por exemplo no quesito performance e rapidez mesmo que estejam rodando em devices de baixo custo tendem a ser mais rápidos e confiáveis que os demais tipos. Além de práticas de UI/UX específicas do sistema operacional. 

Outra vantagem é que podemos usar diretamente as funcionalidades do dispositivo como câmera, GPS, bluetooth etc. Mas tem 02 desvantagens que pesam bastante ao avaliar entre nativo x multiplataforma que é custo de desenvolvimento vs. curva de aprendizado.

O custo de desenvolvimento de um app nativo é elevado, pois é necessário 02 equipes ou mais para fazer o app para várias plataformas. Além da curva de aprendizado não ser baixa! Exemplos de apps nativos: WhatsApp, Waze,  etc.

Desenvolvimento Híbrido/Multiplataforma?
O desenvolvimento híbrido não é feito dentro da linguagem específica do sistema operacional e sim, construído com tecnologias como HTML, CSS e JavaScript, que podem ser executadas em várias plataformas usando uma única base de código.

Desenvolver um app híbrido é mais simples e rápido! E o melhor: com apenas um código, você tem o aplicativo em mais de uma plataforma. A qualidade final não é tão boa, pois o app utiliza linguagem alternativa para se comunicar com o dispositivo, fazendo com que a performance e acesso às funcionalidades nativas como GPS, Câmera, NFC se tornem ruins e lentas. Isso faz com que muitas empresas não utilizem, uma vez que dependendo da solução, é preciso rapidez para oferecer uma ótima experiência de usuário.

Já o desenvolvimento Multiplataforma ou Cross platform veio após o híbrido com melhorias e avanços, onde envolve a criação de um único código a ser executado em várias plataformas, como iOS e Android. Contudo, o desempenho do aplicativo cross platform foi melhorado, sendo mais rápido e ligeiramente inferior em comparação a um app nativo, precisando passar por camada adicional de tradução do código para cada plataforma.

E o Flutter?
Flutter é um kit de ferramentas (SDK) de interface de usuário e de código aberto criado pela Google em 2015, sendo lançado oficialmente em 2018. 

Com ele, é possível criar diferentes aplicativos bonitos e multi plataformas (Android, iOS, web e desktop) usando a linguagem de programação Dart e uma única base de código. Ou seja: sem escrever o código separadamente para cada sistema ou plataforma

O Flutter se encaixa no desenvolvimento cross platform, só que a Google teve uma ideia genial que fez com que o Flutter fosse uma solução tão boa quanto o nativo para desenvolver aplicativos. Abaixo cito alguns deles:

Renderização direta: Usa seu próprio mecanismo de renderização para criar interfaces de usuário, chamado Skia (mecanismo gráfico rápido e poderoso). Ele permite que o Flutter controle diretamente cada pixel na tela, evitando a sobrecarga de pontes entre o código Flutter e a plataforma nativa, resultando em uma renderização mais rápida e suave.
Compilação antecipada (AOT) e Just-in-Time (JIT): Oferece suporte a duas formas de compilação: AOT e JIT. A compilação AOT traduz o código do Flutter em código de máquina nativo antes da execução, o que melhora significativamente o desempenho. 
Widgets: Ao contrário de outras bibliotecas de IU que dependem das bibliotecas de sistema, o Flutter usa seu próprio conjunto de widgets com código nativo compilado a partir do código Dart. Isso resulta em alto desempenho, permitindo que você tenha controle total sobre os pixels na tela e alcance taxas de quadros de 60 a 120 por segundo (FPS), o que é impressionante.

Expansão do Flutter: porque as empresas estão migrando de nativo para Flutter
O Flutter tem dado tão certo que diversas empresas perceberam isso e estão migrando para a abordagem multiplataforma com o Flutter, um dos exemplos mais famosos aqui no Brasil é a Nubank que detalhou todos os motivos da escolha que a fez migrar pro Flutter. 

Em resumo: com o Flutter, eles conseguiram lançar funcionalidades mais rápido, escalar o time e reduzir o tempo de mesclagens dos PRs e muito mais.

Essa migração das empresas se dar por vários motivos:
1 - Experiência do desenvolvedor: O que possibilita um desenvolvedor a ser produtivo e entregar valor? Exemplos: hot reload; visualização de widgets; ferramentas de depuração; integração da IDE; e ferramentas de testes. A Google está constantemente melhorando a experiência do dev com o Flutter, cada nova versão vem com muitas melhorias na velocidade e produtividade para desenvolvedor.
2 - Time-to-Market mais rápido: Uma das principais vantagens do Flutter é o seu tempo de desenvolvimento produtivo, o que pode contribuir para um tempo de lançamento mais rápido do seu produto no mercado, com ele conseguimos iterar sobre as mudanças do produto e lançar funcionalidades muito mais rápido do que utilizando uma abordagem nativa. O Flutter apresenta o stateful hot reload, novo recurso revolucionário para desenvolvedores que permite a visualização instantânea das modificações realizadas nas telas do aplicativo sem reiniciar ou perder seu estado, o que otimiza o desenvolvimento e produz produtividade ao trabalho do desenvolvedor.
3 - Apps mais bonitos, responsivos e animados: A ótima relação entre o material design e o Flutter estabelece um processo que proporciona uma experiência positiva ao usuário. O Flutter já está atualizado com as últimas novidades do design system da Google e Cupertino da Apple, facilitando a criação de layouts incríveis baseados nos melhores padrões de mercado. Possui também, ampla variedade de widgets responsivos e animações pré construídas permitindo que as empresas criem apps exclusivos e visualmente atraentes.
4 - Multiplataforma - Escreva uma vez e rode em qualquer lugar: O Flutter ajuda as empresas a economizar seus orçamentos de desenvolvimento, pois não há necessidade de contratar desenvolvedores para criar bases de código separadas ao trabalhar em dispositivos iOS, Android, etc. Isso resulta em um lançamento mais rápido do aplicativo e é economicamente vantajoso para qualquer um.

O Flutter alcançou uma posição poderosa entre os desenvolvedores, com alta satisfação do cliente, uma base grande e (ainda!) crescente. É uma das tecnologias mais amadas entre todos os produtos para desenvolvedores do Google.

Se você deseja iniciar no desenvolvimento mobile, recomendamos o Flutter, pois ele apresenta várias vantagens. Mas, vale ressaltar que você não precisa aprender o desenvolvimento nativo antes. Depois de dominar o Flutter, você pode aprender o desenvolvimento nativo, pois em algum momento você precisará realizar integrações e comunicações entre esses dois universos.

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As informações contidas neste artigo não refletem a opinião do Jornal Folha de Pernambuco e são de inteira responsabilidade de seus criadores.

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