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Festival No Ar Coquetel Molotov celebra noite histórica com compromisso social e música plural

Evento reuniu diversidade sonora e energia contagiante

Com shows de Gaby Amarantos, Zaho de Sagazan, Duquesa, Don L, Shevchenko e outros grandes talentos, evento reuniu diversidade sonora, energia contagiante e compromisso social, com ingressos esgotados

O Campus da UFPE, no Recife, foi palco de mais um capítulo da história do Festival No Ar Coquetel Molotov ao celebrar a cena musical independente nacional e do mundo. No último sábado (06) a 22ª edição do evento reuniu milhares de pessoas em uma maratona sonora de mais de 12 horas, reafirmando seu papel como uma das mais importantes referências na cultura contemporânea brasileira, alcançando neste ano o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.

"Foram muitos meses de trabalho com a equipe inteira dando seu sangue para fazer isso acontecer. Então a energia foi realmente de celebração e a gente sempre fica impressionado como o público realmente está aqui pela música", diz Ana Garcia, diretora do festival. A noite foi marcada por uma curadoria ousada e plural, que transitou entre gêneros, territórios e identidades com naturalidade impressionante. 

 

Evento Sustentável 

O No Ar 2025 reforçou suas premissas de acessibilidade, sustentabilidade e equidade de gênero – com 70% dos artistas tendo mulheres em sua formação, além de promover a inclusão de grupos socialmente vulneráveis com listas de acesso e gratuidade para PcD e Pessoas Trans. Pioneiro na região em ações de sustentabilidade e acessibilidade, o festival recolheu mais de 500 kg de material reciclável com acompanhamento da Manifesto Ambiental. E como já é tradição no evento, o Coquetel Molotov contou com Intérprete de Libras nos palcos, lounges e Área PcD, cardápios em braile, banheiros adaptados e equipe de apoio.

Diversidade

A abertura do evento em seus três palcos fez o público se dividir para conferir o indie rock da Pelados e do Terno Rei na Concha Acústica, o início da Roda de Samples no Palco KMKZE e a resistência cultural do Maracatu Feminino de Baque Solto Coração Nazareno, que emocionou os presentes ao mesclar tradições e mensagens politizadas em uma apresentação carregada de versos e cores.

No ano em que o festival teve a iniciativa inédita de criar uma Lista Indígena de acesso para povos originários, em parceria com o coletivo Kajuru’nyá Xeké, a paraibana Clara Potiguara misturou no palco um Toré com coco de roda e batidas eletrônicas em um ato potente de resistência ancestral. Ainda no Palco Concha, Samuel de Sabóia fez do espaço a sua tela com poesias em gestos que emocionam.

E com curadoria que teve uma apurada sensibilidade para valorizar nomes latinoamericanos, nesta edição o evento trouxe nomes importantes para o pop, o indie e a música eletrônica latina com a presença de Isabella Lovestory (Honduras), Maiguai (Colômbia) e DJ Babatr (Venezuela). Lovestory mergulhou o público em um universo gótico e maximalista, misturando reggaeton, darkwave e pop. Criador do Raptor House, o venezuelano DJ Babatr acelerou os corações com um estilo pulsante no Palco KMKZE, dedicado a ritmos eletrônicos.

Em uma passagem produtiva pelo Recife, a banda colombiana Maiguai apresentou mix de eletrocumbia, com participação especial da cantora pernambucana Sam Silva, que esteve junto ao grupo em uma imersão criativa promovida pelo Selo Sesc Pernambuco nos dias que antecederam ao show. O grupo de Bogotá, que veio pela primeira vez à cidade através do programa Ibermúsicas, ainda vai realizar shows em João Pessoa (Vila do Porto - 07/12 com a cantora Maya) e um DJ Set na festa Ultima Cumbia (Iraq - 09/12).

No Palco KMKZE, que tem curadoria de IDLIBRA, a diversidade da música eletrônica e urbana foi celebrada com maestria. O ícone do drum & bass DJ Marky comandou a pista com set impecável, enquanto o Baile da Brota invadiu o festival com a batida quente do bregafunk, acompanhado de MC Thammy e CIA La Mafia. A efervescência da cena queer e underground esteve presente com a Mamba Negra, trazendo as DJs Cashu, Kontronatura e a recifense Metalluna para sets densos e dançantes. O jovem DJ holandês, representando a nova geração pernambucana, mesclou beats e sons regionais com originalidade ímpar. Não faltou pique para o frenesi dançante e irreverente da banda Vera Fischer Era Clubber e para o bregafunk dos pioneiros do estilo, Shevchenko e MC Leozinho - O General. 

Empreendedorismo 

Além dos shows, o festival manteve seu compromisso com a economia criativa através da Feira das Feiras, em parceria com a Feira Preta e apoio do Futuro Black, dando visibilidade a empreendedores negros locais. Esta iniciativa foi contemplada pelo edital SIC – Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife e gerou renda extra a mais de 25 expositores, entre designers, estilistas e artistas que também marcam presença em outras feiras e eventos pela cidade. Dois dias antes do principal momento do festival, aconteceu no Porto Digital, no Recife Antigo, a programação do Coquetel Molotov Negócios, braço do evento com atividades e ações formativas como uma Imersão que reuniu diversos músicos e produtores locais, afora oficinas e debates sobre formalização profissional, composição e cenas culturais. 

Música

No palco principal, a atração mais esperada fez jus à fama. A energia contagiante de Gaby Amarantos comandou a festa com seu “Rock Doido”, uma evolução evidente do tecnobrega que simboliza seu grande momento na música brasileira, indicada a várias categorias do Prêmio Multishow. Pintando pela primeira vez na história do festival, Gaby se jogou, selou a paz entre a cena brega do Recife e de Belém, chamando como convidada surpresa Nega do Babado e seu vozeirão. Nas coreografias, a Cia de Dança Number One, do Recife. 

Um outro momento marcante veio com a performance de Don L, reforçando sua posição no hip hop dos anos 2000. O artista, inclusive, foi convidado especial no show da nova diva do pop nacional, Urias, que apresentou novo trabalho, “Carranca”, um disco conceitual que extrapola rótulos com forte simbolismo da cultura brasileira. Outra participação especial que Urias guardou como surpresa foi a do cantor Giovani Cidreira, que também foi coautor de músicas do álbum. Mais cedo, a poderosa e empoderada Duquesa foi responsável por atrair uma multidão ao evento, tendo sido uma das atrações mais pedidas pelo público ao longo do ano.

Entre as internacionais, Zaho de Sagazan emocionou com sua voz dramática e um estilo eletrônico que marcou a música francesa. E após a estreia no Recife, Zaho, reconhecida como um dos grandes nomes de sua geração, segue para apresentações no Rio de Janeiro (Circo Voador - 09/12) e em São Paulo (Cine Joia - 13/12). Estes shows da cantora marcam o encerramento da Temporada França-Brasil 2025, através de um programa de cooperação do governo brasileiro e francês. 

Enquanto isso, o público do festival tinha a chance de cair no frevo com o grupo Guerreiros do Passo, que, ao lado da Orquestra Popular do Recife, promoveu um verdadeiro carnaval ao melhor estilo recifense.

Referência Musical 

Com ingressos esgotados, produção impecável e com a confiança de um público diverso vindo de várias regiões do país, o No Ar Coquetel Molotov mais uma vez provou que é muito mais que um festival: é um ecossistema vital de descobertas, encontros e celebração da música em sua forma mais autêntica e transformadora. O evento equilibrou atrações internacionais e nomes nacionais e locais, vanguarda e tradição e consolida-se como um evento pioneiro por essência, onde a música se entrelaça ao diálogo, à diversidade e à ousadia. Esta foi uma edição que honrou 22 anos de história não olhando para trás, mas sim pavimentando, com ousadia e diversidade, os caminhos do futuro.

O festival teve patrocínio da Natura, Prefeitura do Recife e Embratur, com cerveja oficial Heineken e apoio da Pitu, Secretaria de Turismo do Recife, Empetur - Governo de Pernambuco, Livre de Assédio, Manifesto Ambiental, Feira Preta, Borsoi, Funarte e Ibermúsicas, além de incentivo da PNAB PE pela Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, sendo evento parceiro da Temporada França-Brasil 2025 e realizado pela Coda Produções e Instituto Cultural Coquetel Molotov. 

Natura no Coquetel

A Natura é a patrocinadora oficial, reforçando seu investimento estratégico em cultura, inovação e experiência. Por meio da plataforma Natura Musical que, em 2025, celebra 20 anos e já apoiou mais de 600 projetos musicais, promovendo circulação, pluralidade e fortalecimento de vozes, a marca entrou mais uma vez no ecossistema da música, em uma ação que conecta seus valores de propósito, biodiversidade e impacto socioambiental ao universo artístico e experiencial.

“A presença da Natura no festival pelo oitavo ano reforça a consistência da marca no território da música, em Pernambuco. A plataforma Natura Musical atua há 20 anos como veículo de apoio tanto  a artistas emergentes como consagrados, de diferentes gêneros e estilos musicais e no fomento à cena, servindo como elo entre a empresa e o circuito musical independente. Ao patrocinar o No Ar Coquetel Molotov, nós reafirmamos nosso posicionamento como agente de transformação cultural e protagonista no mercado de beleza ”, Julia Ceschin, head da Marca Natura e Marketing Estratégico no Brasil.

Dentro desse ambiente plural, a Natura levou ao festival ativações focadas no bem-estar, que se conectam com o público jovem e engajado. A marca desenvolveu uma ativação volante com distribuição de amostras e experimentação de produtos. Os fãs de música retocaram a maquiagem entre um show e outro com as cores da linha de maquiagem Natura Una e Natura Faces, que traz ainda o Gel Glitter, hit nos festivais, e ainda cuidar e proteger a pele do sol com os produtos do novo Natura Solar. 

 

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