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Primeira infância: Uma alimentação com sofrimento, dor ou recusa constante deve sempre acender um alerta

Sintomas que parecem “normais” na rotina de bebês podem sinalizar doenças e exigem avaliação precoce para garantir saúde e segurança alimentar

Dificuldade para engolir, recusa alimentar, vômitos constantes e engasgos frequentes durante as refeições não devem ser tratados com descaso ou paciência excessiva. De acordo com a fonoaudióloga Dryelle Azevedo, referência nacional no atendimento de distúrbios alimentares na infância, esses sinais muitas vezes indicam que o bebê está pedindo ajuda — e os pais nem sempre sabem interpretar.

“Muitos pais acham normal o bebê vomitar sempre, fazer careta para a comida ou engasgar com frequência. Mas esses comportamentos podem estar associados a problemas sérios, como distúrbios de deglutição, refluxo patológico, esofagite eosinofílica, estenoses ou até alergias alimentares”, explica a especialista.

Segundo Dryelle, o desconhecimento sobre os sinais de risco atrasa diagnósticos importantes e pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento infantil.

“Uma alimentação com sofrimento, dor ou recusa constante deve sempre acender um alerta. É preciso investigar, com equipe especializada, o que está por trás desse comportamento”, ressalta.

A atuação do fonoaudiólogo é fundamental nesses casos, especialmente em parceria com pediatras, gastroenterologistas e nutricionistas.

"Nosso papel é avaliar toda a dinâmica da alimentação: como o bebê está sugando, engolindo, processando a comida. Muitas vezes, ele não tem só uma seletividade alimentar, mas um distúrbio real, que causa desconforto ou risco”, pontua Dryelle.

Ela reforça ainda que quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de intervenção eficaz, evitando traumas, dificuldades prolongadas e impactos no vínculo com a comida.

“A alimentação é um dos primeiros vínculos sociais e afetivos do bebê. Quando ela vira um momento de dor, medo ou sofrimento, o impacto emocional também precisa ser considerado”, conclui.

A conscientização sobre o tema é fundamental para que pais, cuidadores e profissionais de saúde consigam identificar os sinais precocemente e garantir às crianças segurança, nutrição e qualidade de vida desde os primeiros anos de vida.

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