Sáb, 06 de Dezembro

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Uma Série de Coisas

Série "The Wilds" retorna com elenco dobrado e bons episódios

Enredo da Prime Video tem jovens lutando para sobreviver em uma ilha

Atriz Sarah Pidgeon interpreta Leah, uma das sobreviventes em "The Wilds"Atriz Sarah Pidgeon interpreta Leah, uma das sobreviventes em "The Wilds" - Reprodução

Quando “The Wilds: Vida Selvagem” estreou na Amazon Prime Video em 2020, trouxe um diferencial de sobrevivência a um gênero já consagrado, o teen. Com toques de “Lost” e “Maze Runner”, a sinopse aparenta ser simples: um grupo de meninas que não se conhecem sofre um acidente aéreo e precisam sobreviver em uma ilha deserta. Mas o enredo surpreende e instiga quando sugere que nada foi por acaso.

Aos poucos, vamos conhecendo um pouco sobre elas antes do acidente e depois do resgate – destacando individualmente cada uma e indicando quais personagens sobreviveram na selva. A seguir, spoilers da segunda temporada.

No final da primeira temporada, o público descobre que o grupo está, na verdade, passando por um experimento. Pessoas as mantiveram ali, correndo riscos, “pela ciência”. Pior, descobrem que o mesmo aconteceu com um grupo de meninos. A segunda temporada apresenta esses novos personagens.

Dobro do elenco e do drama

A escolha do roteiro foi arriscada. Trazer uma versão masculina do que já foi apresentado na primeira temporada poderia soar repetitivo ou o arco inicial poderia ser deixado em segundo plano na tentativa de ambientar os novos personagens. No entanto, nada disso aconteceu.

Os novos episódios trazem o mesmo ritmo da primeira. Claro, uma parte do tempo precisava ser dedicada às questões dos meninos, mas a produção não deixou a trama feminina de lado. Ambos coexistiram de modo que conhecemos os meninos em sintonia com o avanço do suspense das meninas. 

O destaque sobre o que aconteceu no pós-ilha continua sendo da Leah (Sarah Pidgeon), isso levanta o questionamento se saberemos o que aconteceu com as outras ou se simplesmente ficaram trancafiadas e interrogadas enquanto Leah se aventurava pelas instalações na busca por respostas. Da maneira que a temporada acabou, voltar para justificar essa ausência parece improvável. 

A vez deles

Assim temos Raf (Zack Calderon), Ivan (Miles Gutierrez-Riley), Kirky (Charles Alexander), Seth (Alex Fitzalan), Josh (Nicholas Coombe), Henry (Aidan Laprete), Bo (Tanner Rook) e Scotty (Reed Shannon). Não dá para negar que, no primeiro momento, é como assistir a primeira temporada “masculinizada”. Algumas coisas acontecem da mesma maneira e algumas personalidades masculinas são equivalentes às femininas.

Em contraponto, o experimento com os garotos e a apresentação deles pré-ilha parecem avançar mais rápido que os das meninas, talvez numa tentativa de fazer com que os dois gêneros cheguem ao mesmo nível para a conclusão do segundo ano. 

Ao que tudo indica, se no primeiro ano assistimos à sobrevivência feminina e, no segundo, vimos os meninos passando pelo mesmo experimento, a possível terceira temporada terá dois desafios: unir os gêneros contra seus algozes e se manter atrativa como as duas primeiras temporadas. Resta pagar para ver.

*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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