Aplicação de botox pode servir de tratamento para enxaqueca; especialista explica
Neurocirurgião dá dicas de prevenção contra a 2ª causa mais frequente de dores na cabeça
A enxaqueca é um dos tipos de dores na cabeça que pode mexer com a rotina da pessoa. Geralmente, essa dor se localiza de um dos lados da cabeça, mas, às vezes, pode se encontrar nos dois. O Ministério da Saúde indica que ela também pode ser causada por hábitos de vida irregulares, como ficar mais de cinco horas sem se alimentar e dormir mais ou menos do que o costume. Variações bruscas de temperatura também integram a lista de possíveis causas.
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Segundo o neurocirurgião do Hospital Jayme da Fonte, David Plácido Júnior, uma das características da enxaqueca é o tempo de duração, que varia entre 4 e 72 horas, com episódios recorrentes. Ele destaca avanços no tratamento da patologia.
“Existem o tratamento farmacológico e não farmacológico. Este último tem a ver com mudanças de hábitos como, por exemplo, a higiene do sono, dieta saudável com horários regulares e exercício físico. Já o tratamento farmacológico se divide em dois, que são os preventivos e os agudos. Preventivos são feitos com algumas medicações de uso contínuo. O agudo a gente lança mão de anti-inflamatórios, dos analgésicos comuns”, explica.
O que fazer quando estiver em crise?
- Esteja sempre preparado; os portadores devem ter a medicação para as crises sempre à mão;
- Em caso de dor intensa, procure um local fresco e escuro para recostar, mas não deite;
- Coloque gelo sobre as áreas doloridas;
- Tome o medicamento recomendado pelo seu médico, mas nunca mais de duas vezes por semana;
- Beba muita água e coma moderadamente;
- Descanse.
Fonte: Ministério da Saúde
Ao longo dos anos, ainda segundo o especialista, a medicina passou a fazer uso de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, para tratar a enxaqueca. Porém, existem recomendações específicas para a aplicação da substância.
“Existe um protocolo com 31 áreas para aplicação, que só é feita nos pacientes que têm uma enxaqueca classificada como crônica. São pessoas que têm dores por mais de 15 dias no mês, por mais de 3 meses”, acrescenta ainda.
Sintomas muito comuns da enxaqueca
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os sintomas mais comuns da enxaqueca estão a sensibilidade à luz, a cheiros e ao barulho; náuseas e vômitos; sintomas visuais, como pontos luminosos, escuros, linhas em ziguezague que antecedem ou acompanham as crises de dor; formigamento e dormências no corpo (as auras da enxaqueca); tonturas, sensibilidade a movimentos ou passar mal em viagens de carro, ônibus e barco.
Prevenção
Para evitar surgimento do quadro ou a piora dele, David indica como caminho a análise dos fatores desencadeantes para, assim, evitá-los. A qualidade do sono também deve ser observada pela pessoa. É recomendado pelo neurocirurgião que o paciente elabore também um ‘diário da enxaqueca’, onde serão anotados os dias, quais os períodos de mais intensidade e se está a dor está associada a algum fator.
“Quando se tem a crise da enxaqueca, é importante também procurar um lugar calmo, com silêncio, escuro, tentar deitar, tomar medicação no início dos primeiros sinais e manter-se bem hidratado. Isso vai, de certa forma, ajudar na prevenção da enxaqueca”, conclui o médico.