Cistite ou infecção urinária: especialista explica a diferença e como prevenir
Embora tenham sintomas semelhantes, as condições não são sinônimas
Ardor ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro e desconforto na parte inferior do abdômen estão entre os sintomas mais comuns de alterações no trato urinário, como cistites e infecções urinárias. Porém, embora muitas vezes sejam confundidas, essas condições não são sinônimas.
Segundo o urologista Dimas Antunes, do Hospital Jayme da Fonte, cistite é o nome dado à inflamação da bexiga, que pode ter diversas causas. “Geralmente é uma bactéria, mas pode ser um vírus ou até mesmo um fungo”, explica.
Quando há presença de agentes infecciosos, geralmente bactérias, essa inflamação passa a ser chamada de infecção urinária. Esse quadro, de acordo com o especialista, pode ser classificado de duas formas: como infecção urinária baixa (como a cistite infecciosa) ou alta, chamada de pielonefrite, quando os rins são acometidos.
Gravidade
Sintomas como dor na lombar, febre e calafrios são considerados mais graves, geralmente indicando o agravamento da infecção, e exigem atenção imediata.
“Numa situação como essa, é importante se dirigir à urgência do hospital, pois pode ser necessário colher exames de sangue, fazer exames de imagens, inclusive para diagnosticar se há a presença de um cálculo obstrutivo, por exemplo”, alerta o especialista.
Além disso, quando infecções urinárias acometem com frequência um paciente, com dois episódios ou mais em seis meses, ou três vezes ao ano, são chamadas de infecções urinárias recorrentes e devem ser investigadas por um médico.
Mulheres
Apesar de serem mais comuns em mulheres por conta da anatomia feminina, homens, especialmente com idade mais avançada, também podem ser acometidos.
“No caso de homens mais velhos, com 50, 60 anos, ou mais, a causa mais comum é o crescimento benigno da próstata, a hiperplasia prostática, que dificulta o esvaziamento completo da bexiga”, explica Dimas.
Ainda de acordo com o urologista, condições como a diabetes, pedras nos rins, constipação intestinal, obesidade, disfunções hormonais e problemas neurológicos também podem estar associados aos episódios recorrentes.

Para a prevenção, o urologista indica começar com hábitos simples como beber bastante água e urinar com frequência, para aumentar a frequência do esvaziamento da bexiga, evitar o uso de duchas higiênicas, no caso de mulheres, e manter o controle de doenças crônicas, como a diabetes.
Tratamento
Em alguns casos, o uso de extratos de cranberry, vacinas para determinadas bactérias ou até uma pequena dose diária de antibióticos, a antibioticoprofilaxia, podem ser recomendados pelo médico.
Já o tratamento depende da confirmação da infecção. É necessário que o paciente apresente sintomas e que o exame de urina comprove a presença de bactérias.
“Se só há bactéria no exame, sem sintomas, isso se chama bacteriúria assintomática e, na maioria dos casos, não deve ser tratada com antibiótico. Não se deve dar antibiótico para todo paciente que tem um exame de urina alterado mostrando bactéria, apenas se ele apresentar sintomas”, esclarece o urologista. “São raras as exceções. Como as gestantes ou pacientes serão submetidos a algum procedimento da via urinária”, conclui.



