Seg, 22 de Dezembro

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Dezembro laranja: sol de verão requer atenção redobrada aos cuidados com a pele

Mês é considerado o mais crítico pelos dermatologistas, que alertam para o cuidado precoce

Dezembro laranjaDezembro laranja - Freepik

Considerado o mês mais crítico pelos dermatologistas por ser, tradicionalmente, um período de maior exposição ao sol em praias, piscinas e áreas abertas devido às férias escolares, dezembro é dedicado à conscientização para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele através da campanha “Dezembro Laranja”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pele mais frequente no Brasil é o não melanoma e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o registro de incidências desse tipo, em 2020, foi de 176.930, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. 

Já para o tipo melanoma, que é mais agressivo, o número neste mesmo período foi de 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres. De acordo com o dermatologista Paulo Guedes, do Hospital Jayme da Fonte, um dos principais erros da população é associar o risco da luz do sol apenas ao verão, especialmente em regiões tropicais como o Recife, onde a incidência solar é intensa durante praticamente todo o ano. 

“Esse raciocínio de que no verão é mais intenso não serve para a gente. Temos problemas com o sol, tanto no verão como no inverno, como nós temos um céu claro o ano todo, então nós vamos ter uma irradiação solar muito grande por volta de meio-dia durante todos os meses do ano”, explica.  

Segundo o médico, a exposição cumulativa ao longo da vida é o fator que mais contribui para o surgimento do câncer de pele, tornando o cuidado desde a infância essencial.

“O cuidado tem que começar o mais cedo possível. Especialmente porque uma das maiores diversões que existe em uma cidade como o Recife é a praia e vemos muitas crianças sem a proteção adequada”, observa o dermatologista.

Paulo Guedes, dermatologista do Hospital Jayme da Fonte.Paulo Guedes, dermatologista do Hospital Jayme da Fonte. Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco.

O médico destaca que a proteção deve começar o mais cedo possível, com o uso de protetor solar, chapéu, óculos escuros e até vestimentas com proteção ultravioleta. “Quanto mais você protege a criança, menos esse adulto vai sofrer no futuro”, reforça.

Na escolha do protetor solar, Paulo Guedes esclarece que nem sempre fatores de proteção muito elevados são necessários:

“Algumas pessoas precisam de um protetor fator 100, ou 90, mas a maior parte da população vai se beneficiar muito de um protetor 30. Porque a diferença de um protetor fator 30 para um 60 é de 3%, 4%, porque não é uma escala numérica, é uma escala logarítmica. À medida que vai aumentando, diminui a diferença”, elucida Guedes. 

O médico ressalta ainda que a prevenção do câncer de pele envolve mudança de hábitos e conscientização, pois exposições solares intensas, que causam queimaduras, especialmente na infância e adolescência, aumentam significativamente o risco de tumores.

“Por exemplo, em relação ao melanoma, basta você ter cinco exposições solares que chegam a queimar a pele, para aumentar muito a probabilidade de um câncer de pele”, alerta o dermatologista.

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