Especialista orienta sobre os cuidados durante o uso de fraldas em adultos

O uso de fraldas em adultos ainda é um tema delicado, cercado de dúvidas e, muitas vezes, de tabus. Porém, esse item pode ser essencial para garantir conforto, dignidade e qualidade de vida a pacientes em diferentes condições de saúde, como limitações de mobilidade ou controle fisiológico. De acordo com o enfermeiro especialista em emergência Marcus Viníccius Paixão, do Hospital Jayme da Fonte, o uso precisa ser orientado com responsabilidade e atenção para evitar riscos à saúde e ao bem-estar emocional do paciente.

Necessidade

“Geralmente, as fraldas são indicadas para pacientes com incontinência urinária ou fecal, sequelas neurológicas ou restrições severas de mobilidade, como aqueles que estão acamados e não conseguem se dirigir ao banheiro”, explica o profissional.

O especialista ressalta que o uso contínuo e inadequado, no entanto, pode trazer complicações.

“Sabe-se que o uso contínuo de fraldas potencializa riscos como infecções, dermatites, lesões e, com isso, os profissionais e cuidadores precisam ter uma atenção especial para esses pacientes. Por isso, se faz necessário a avaliação de um profissional de saúde e cuidados voltados para minimizar ou reduzir os riscos associados ao uso como lesões, infecções e dermatites”, alerta Viníccius.

O enfermeiro especialista em emergência Marcus Viníccius Paixão, do Hospital Jayme da Fonte. Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco.

Um ponto de atenção especial, ainda segundo o enfermeiro, é a troca imediata do produto após evacuação, “para evitar que microrganismos migrem da região anal para o trato urinário e, consequentemente, o desenvolvimento de infecções do trato urinário”.

Marcus Viníccius também destaca que a escolha do modelo adequado também faz diferença. “O ideal é que a fralda seja hipoalergênica, tenha boa capacidade de absorção, neutralizador de odores, fitas adesivas aderentes e seja anatômica, para proporcionar conforto e segurança”, orienta o enfermeiro.

Acolhimento

“Em relação à troca, se faz necessário muito cuidado durante a manobra com os pacientes, visando minimizar o desconforto. Os cuidadores precisam ter bastante atenção durante a lateralização do paciente e garantir uma higienização efetiva, utilizando sabonete neutro e pomadas como óxido de zinco, que previne o risco de dermatites”, completa.

Além dos cuidados físicos, Vinícius enfatiza ainda a importância do acolhimento emocional. “O uso da fralda pode afetar o psicológico dos pacientes devido à associação à infantilização. Vale salientar que o uso da fralda por estar associado a limitações físicas. Por isso, é preciso que os cuidadores estimulem, sempre que possível, a participação dos pacientes no autocuidado”, conclui.

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